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Damares cobra apuração sobre aeronaves sucateadas da Funai

Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

08 de julho de 2019 | 21h22

BRASÍLIA  – A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, cobrou nesta segunda-feira, 8, da Fundação Nacional do Índio (Funai) uma apuração sobre o sucateamento de nove aeronaves que deveriam garantir atendimento médico para a população indígena de todo o País. Damares quer a punição dos responsáveis por eventuais desvios ou omissões.

Damares
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves Foto: Mrcelo Camargo/Agência Brasil

Um relatório interno da Funai obtido pelo Estado mostra que, das nove aeronaves sob a responsabilidade da Funai, três estão em estado irrecuperável, uma acidentada e o restante inoperante. O documento alerta para a situação de descaso e abandono da frota, com risco até de incêndio no caso de aeronaves que estão estacionadas em gramado no aeroporto internacional de Brasília.

De acordo com o presidente da Funai, Fernando Melo, só o aluguel atrasado com o estacionamento das aeronaves em Brasília já chega a R$ 3 milhões – o triplo do valor que estimado com o leilão das aeronaves nas próximas semanas (R$ 1 milhão). O risco de incêndio ali deve ao fato de as aeronaves estarem estacionadas no gramado, “um material de fácil combustão” especialmente no período de seca, de acordo com o relatório.

“Senhor presidente substituto, cumprimentando-o, faço menção à vistoria realizada por esta signatária em aeroportos nas cidades de Brasília/DF, Goiânia/GO e Rio de Janeiro/ RJ, onde foram constatadas aeronaves abandonadas pela Fundação Nacional do Índio, para solicitar, com a maior brevidade possível, a apuração da situação apresentada e, consequentemente, a adoção de previdências por parte dessa Presidência ante ao lamentável cenário encontrado”, escreveu Damares, em ofício assinado na noite desta segunda-feira.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a situação em que seu governo encontrou a frota de aviões usadas pela Funai. “A Funai, como regra, ‘cuidava’ de tudo, menos do índio. Cada ninho de ratos que toco fogo, mais inimigos coleciono. Acredito no Brasil porque confio em você, cidadão de bem”, escreveu Bolsonaro em seu perfil no Twitter.

Aeronaves apresentam até sinais de corrosão

Entre os principais problemas identificados nas aeronaves estão pintura desgastada, sinais de corrosão na estrutura e até sucateamento de equipamentos. Foi o que foi ocorreu no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, onde a equipe de vistoria chegou a uma “espécie de cemitério de aeronaves” em matagal encharcado para avaliar “a aeronave ou o que restou dela”. “No seu interior não se encontrou mais nada além de um amontoado de restos de forro e de poltrona em decomposição”, diz o documento.

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