Conflito instalado por impasse sobre Coaf faz Maia recuar da indicação de aliado para ministério
Terreno movediço A principal jogada do governo para alavancar sua articulação no Congresso já passa pelo primeiro sobressalto. O impasse em torno da medida provisória que reorganizou a Esplanada reativou conflitos internos e acabou atingindo a indicação de Alexandre Baldy para o Ministério das Cidades –pasta que será recriada. Ao saber que aliados e a família Bolsonaro questionavam o nome, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e patrono de Baldy, decidiu travar as conversas e rever o cenário.
Não se vá Antes mesmo de a votação da medida provisória usada por Jair Bolsonaro para redesenhar o número de ministérios reabrir a batalha PSL x Planalto x centrão, na Câmara, Maia recebeu uma romaria de aliados contrários a um alinhamento com o governo.
A garantia é você Esse grupo dizia que, indicando um ministro, Maia, visto como contrapeso a excessos do governo e do PSL, perderia força para exercer tal papel.
Deixe estar Com as informações de que Bolsonaro e seus filhos vinham buscando dados sobre o passado de Baldy, Maia avisou ao grupo mais próximo de que “talvez fosse melhor não avançar mais”.
Idas e vindas A recriação da pasta destinada a Baldy era “A” tacada do Planalto para construir ponte com Maia e partidos do centrão. Por isso, a pressão para manter a negociação será forte.
Coração mole Em reunião com Bolsonaro, na quinta (9), cerca de 40 deputados do PSL registraram ser contra um acordo com o centrão. O presidente ponderou e chegou a defender a medida provisória tal como estava, com a recriação de Cidades e a mudança do Coaf das mãos de Sergio Moro (Justiça) para as de Paulo Guedes (Economia).
Coração mole 2 Segundo colegas de bancada, neste momento, Carla Zambelli (PSL-SP) começou a chorar.
Tenho a força Por Sergio Moro, o PSL passou por cima da orientação de seus líderes, da Casa Civil e do próprio presidente.