Mais Médicos irá aumentar rigor para liberação de vagas e priorizar 'Brasil profundo', diz ministro da Saúde
Por Carolina Dantas, G1
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou em entrevista ao G1 que o futuro do programa Mais Médicos está sob avaliação e que não trabalha agora com a previsão de abertura de novos editais. Para ele, definir novos critérios para a contratação é um dos principais pontos da reavaliação do programa.
O ministro disse que apenas cidades em situação realmente crítica e sem condições de pagar os seus profissionais devem receber o subsídio do governo por meio do programa.
Uma mudança na lei atual está em debate entre a pasta, os estados e os municípios. Mandetta nega que as propostas estudadas signifiquem o fim do programa. Segundo ele, o Mais Médicos será reformulado para atender a critérios ainda em análise.
O ministério diz que as mais de 8 mil vagas deixadas em aberto após a saída dos profissionais de Cuba foram preenchidas por brasileiros formados no Brasil e no exterior. Por isso, não haverá mais uma outra etapa do edital para médicos estrangeiros. Para os já selecionados na fase anterior, um novo cronograma foi divulgado nesta quinta-feira (7):
- 13 de fevereiro: publicação da lista de municípios com vagas remanescentes;
- 13 e 14 de fevereiro: datas para brasileiros formados no exterior escolherem vagas disponíveis;
- 19 de fevereiro: publicação final dos brasileiros formados no exterior que assumirão vagas.
Antigo programa, novos critérios
Sem falar em "fim do programa", Mandetta diz que é importante "voltar às raízes" da lei que estabeleceu o Mais Médicos: atender as áreas mais necessitadas do Brasil. Ele diz que mudanças serão propostas para a contratação de médicos para essas localidades, mas que não há previsão de abertura de novos editais.
Antes disso, quando todos os critérios forem estabelecidos, as alterações na lei original serão encaminhadas ao Congresso.
"Ainda é um programa criado naquela antiga lei. Ele [Mais Médicos] é feito para cidades que não tinham médicos. Aí foram aumentando pelo uso político. Você tinha casos como Brasília, que é a capital do país, que tinha médicos cubanos mesmo sem ter qualquer foco do programa original. O programa original foi criado para o Brasil real, para o Brasil profundo", explicou.