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Inflação fecha 2018 em 3,75%, abaixo do centro da meta do governo

O Estado de S.Paulo

11 Janeiro 2019 | 09h04

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2018 em 3,75%, abaixo do centro meta do governo, de 4,50%, com  margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%), informou nesta sexta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro, o índice foi de 0,15%, o mais baixo para o mês desde o início do Plano Real.

 

O resultado ficou dentro do previsto pelo Projeções Broadcast. As estimativas eram de inflação de 3,54% a 3,82%, o que gerou mediana de 3,70%, ficando encostada na projeção do levantamento Focus (3,69%), do Banco Central. Em 2017, a inflação ficou em 2,95%, depois de 6,29% em 2016.

 

 

 

Para o mês de dezembro, as projeções eram de queda de 0,05% a alta de 0,23%. O nível mais baixo da história para o mês havia sido registrado em 2008 (0,28%). Em novembro, o IPCA ficou negativo em 0,21%.

Inflação
Alimentos são alguns dos cerca de 450 itens levados em conta para o cálculo do IPCA Foto: Helvio Romero/Estadão - 9/5/2018

Os itens que mais pesaram no IPCA de 2018 são do grupos Habitação, com alta de 4,72% e impacto de 0,74 ponto porcentual; Transportes, com alta de 4,19% e impacto de 0,76 ponto porcentual; e Alimentação e Bebidas, com alta de 4,04% e impacto de 0,99 ponto porcentual. Esses três grupos foram responsáveis por 66% do IPCA do ano passado, somando 2,49 pontos porcentuais.

O impacto dos planos de saúde

Mas o vilão da inflação do ano passado foram as mensalidades dos planos de saúde, que ficaram 11,17% mais caras, contribuindo com 0,44 ponto porcentual no IPCA de 2018, maior impacto individual no índice. "O plano de saúde subiu devido aos reajustes autorizados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)", afirmou Fernando Gonçalves, gerente de Coordenação de Índices de Preços do IBGE.

No grupo Habitação, a principal influência foi a energia elétrica, que ficou 8,70% mais cara no acumulado de 2018, ante 10,35% do registro em 2017, com impacto de 0,31 ponto porcentual no IPCA do ano.

Nos Transportes, os destaques de aumento de preços no ano passado foram as passagem aérea(16,92%), a gasolina (7,24%) e o ônibus urbano (6,32%).

O grupo Alimentação e bebidas, que responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias, teve influência da paralisação dos caminhoneiros, em maio, que afetou os preços de diversos itens e levou a uma alta de 2,03% nos dos produtos do grupo em junho, a segunda maior para o mês desde o Plano Real. Em 2017, a variação foi negativa (-1,87%) em Alimentação e bebidas por causa da safra agrícola recorde - a safra do ano passado foi cerca de 5% menor que a do ano anterior.

Alimentos para consumo em casa subiram 4,53% e alimentação consumida fora de casa, 3,17%.


 

Alimentação mais cara em dezembro

Para o resultado de dezembro, o maior impacto foi do grupo de alimentos, que subiu 0,44%. O segmento de alimentos para consumo em casa exerceu a maior pressão, com alta de 0,50%, por causa de aumento de preços em itens como cebola (24,03%), batata-inglesa (20,05%), feijão-carioca (12,98%), frutas (3,11%) e carnes (2,04%).

Os maiores impactos individuais no IPCA de dezembro foram do grupo dos Transportes, que caiu 0,54%. Enquanto as passagens aéreas subiram 29,12%, com impacto de 0,12 ponto porcentual no índice mensal, os combustíveis tiveram queda, em média, de 4,25% e contribuíram com -0,25 ponto porcentual - a gasolina teve retração de 4,80%, o óleo diesel de 3,45% e o etanol, de 2,70%.

No grupo Habitação, a queda de 0,15% foi motivada pela retração no preço da energia elétrica (-1,96%), em decorrrência da mudança na bandeira tarifária, que passou de amarela, em novembro, com a cobrança adicional de R$0,01 para cada kwh consumido, para verde, em dezembro, sem cobrança. 

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