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Governador eleito de Minas decidiu iniciar gestão com corte de secretarias e comissionados

Amanda Almeida / O GLOBO

 

BRASÍLIA — Na expectativa de aproveitar a vitrine que conquistou com a eleição de Romeu Zemaem Minas Gerais , com 71,8% dos votos, o Novo prepara um pacote com apelo popular para apresentar como primeira ação do governador eleito. Corte de secretarias e cargos comissionados, escolha de nomes técnicos para postos tradicionalmente ocupados por políticos e dispensa do “palácio” dos governadores mineiros foram medidas decididas por Zema e sua equipe de transição.

 

Com um déficit de R$ 11,4 bilhões em 2019 previsto na Lei Orçamentária estadual, a equipe de Zema sabe, no entanto, que essas medidas não vão garantir a salvação das contas. Com o auxílio do economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, os assessores do governador eleito estão debruçados sobre a situação fiscal de Minas.

 

O estado de calamidade pública financeira, declarado pelo governo Fernando Pimentel (PT) em 2016, é a maior preocupação do Novo em relação ao governo que assumirá em 2019. A direção nacional da sigla admite que “não pode errar” na sua primeira experiência no Executivo, chamada internamente de “laboratório” da legenda. Oficializado há três anos, o Novo se surpreendeu com o resultado no segundo maior colégio eleitoral do país.

— Esse governo é muito importante. Todo mundo está vendo como vitrine do Novo — diz o presidente do partido, Moisés Jardim.

Ele e outros integrantes do Novo, como o candidato derrotado do partido à Presidência da República, João Amoêdo, têm participado de reuniões semanais em Belo Horizonte sobre a escolha do secretariado de Zema e os planos para a gestão. O governador eleito vai reduzir o número de secretarias de 21 para nove. Os nomes devem ser anunciados até o fim de novembro.

Para seguir o script do partido como praticante de uma “nova política”, o governador eleito diz que seus secretários serão escolhidos por meio de um processo seletivo, que terá o auxílio de escolas privadas de gestão, como a Fundação Dom Cabral. O mesmo ocorrerá, segundo Zema, na escolha dos presidentes de estatais.

Coordenada pelo vereador Mateus Simões (Novo), a equipe de transição desconfia que o déficit seja maior que o anunciado pelo atual governo. Como uma das estratégias para ganhar a confiança da população, Zema quer dar publicidade aos dados. Segundo o presidente do Novo, é uma maneira de os mineiros entenderem o tamanho das dificuldades que o governo enfrentará.

O partido diz que não pretende aumentar impostos estaduais. Mas admite que não terá como resolver em curto prazo o parcelamento no salário do funcionalismo público, prática de Pimentel desde 2016.

Crítico aos políticos tradicionais durante a campanha, Zema tem feito sinalizações aos deputados estaduais, com os quais precisará lidar para a aprovação de projetos do interesse do governo. Em seu primeiro discurso, convidou-os a ajudar na gestão e se dispôs a recebê-los mensalmente.

Na linha de combate a privilégios, Zema promete não morar no Palácio das Mangabeiras, que abriga os governadores mineiros. Ele disse que vai morar em um imóvel próprio e transformar o espaço no “Museu das Mordomias”.

Para além do simbolismo e atrás de uma medida concreta, Zema pretende articular um plano de renegociação da dívida com a equipe de Bolsonaro: são R$ 85,9 bilhões.

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