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Lava Jato apoia conversão de Moro em ministro

Integrantes da força-tarefa da Lava Jato enxergam com simpatia a conversão de Sergio Moro em ministro da Justiça. Acreditam que, transferindo-se para Brasília, o juiz pode colocar o seu prestígio a serviço de uma articulação para aprovar reformas legislativas capazes de fortalecer o combate à corrupção.

É consensual entre os procuradores a avaliação de que a Lava Jato perderia tração sem a presença de Moro. Mesmo que exibisse a mesma qualificação técnica, o substituto começaria do zero. E não teria o prestígio de Moro. Apesar disso, não há críticas à decisão do magistrado de se reunir com Jair Bolsonaro. Ao contrário, as palavras são de apoio.

Na expressão de um dos membros da força-tarefa, é preciso “olhar para além da Lava Jato”. A investigação que desbaratou a quadrilha do petrolão é vista como “ponto fora da curva.” Prendeu gente que se imaginava acima da lei. Mas “a engrenagem que favorece a impunidade ainda não foi desmontada”, sustenta o procurador ouvido pelo blog.

Nessa linha de raciocínio, o aperfeiçoamento da legislação tornou-se prioritário. Deseja-se aprovar no Congresso pacote com 70 medidas anticorrupção. Coisa elaborada pela Fundação Getúlio Vargas e a Transparência Internacional. As mudanças cristalizariam avanços obtidos na Lava Jato, preparando o terreno para o surgimento de operações semelhantes no futuro. Imagina-se que, no comando de um superministério da Justiça, Moro teria autoridade para liderar a transformação.

De resto, os procuradores da Lava Jato tratam a provável transferência de Moro como uma espécie de rito de passagem que o levará da Esplanada dos Ministérios para o Supremo Tribunal Federal. Ali, estima-se que a atuação do magistrado pode ser ainda mais relevante para o esforço anticorrupção.

A equipe da Lava Jato dá de ombros para as críticas do petismo, deflagradas antes mesmo de qualquer confirmação sobre o futuro de Moro. Para os procuradores, trata-se de mais do mesmo. Nada que transforme em apoiadores os críticos da Lava Jato. Ou os críticos em aliados. JOSIAS DE SOUZA

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