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Se vingar, acordo com Alckmin pode dar ao centrão um poder de tutela inédito

Nunca antes na história Se confirmado, o acordo do bloco capitaneado por DEM e PP com Geraldo Alckmin (PSDB) abre brecha para o centrão exercer poder de tutela inédito na história recente sobre um mandatário do país. A manutenção do comando da Câmara nas mãos desse grupo está afiançada desde o início das negociações. Mas, no desenho atual, o consórcio indicaria também o vice do tucano e teria número suficiente para eleger o novo presidente do Senado. Aposta-se que caberá ao PP apontar o nome.

Por todos os lados A união dos partidos que compõem o centrão foi forjada em cima da tese da repartição do poder. Somados, eles praticamente garantem a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e, a números de hoje, chegam a 32 senadores. “Ninguém terá isso”, reconheceu um tucano.

Passado PT e MDB se alternaram no comando das duas casas Legislativas de 2003 a 2016. Na Câmara, só houve duas exceções: Aldo Rebelo, à época no PC do B, chefiou a Casa de 2005 a 2007. Foi sucedido por Severino Cavalcanti (PE) que, no PP, segurou-se pouquíssimo tempo no cargo.

Fim de uma era? O MDB controla o Senado desde 2001. Só houve um intervalo, em 2007, quando Tião Viana (PT-AC) assumiu a Casa após renúncia de Renan Calheiros (MDB-AL).

Padrinho mágico O aceno de Valdemar Costa Neto, o comandante do PR, a Alckmin foi fundamental para mudar o rumo do centrão. Como mostrou o Painel nesta quinta (19), ele mudou a correlação de forças no grupo ao dizer que preferia apoiar o tucano a Ciro Gomes (PDT).

Pista escorregadia Políticos que torciam o nariz para uma aliança com Ciro no PSDB e no DEM capricharam nas ironias após a guinada do centrão. Arthur Maia (DEM-BA) brincou: “Ciro me lembra aquele piloto de Fórmula 1 dos anos 1990, o Nigel Mansell. Largava sempre bem, mas invariavelmente rodava”.

Tempo ensina No MDB, que deve lançar Henrique Meirelles ao Planalto, há quem recorra a 1989 para dizer que propaganda na TV–o que Alckmin terá de sobra com o centrão– não elege ninguém. Na ocasião, Ulysses Guimarães tinha larga vantagem nesse quesito, mas venceu Fernando Collor.

Plano C Jair Bolsonaro (PSL) disse a aliados que vai sondar o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) para a vaga de vice. Se a tese vingar, a proposta será levada a Levy Fidelix, presidente do PRTB. O militar será o terceiro vice que o presidenciável tenta atrair.

Outro não? Mourão já negou uma proposta do PSL. Convidado a se filiar para disputar o governo do Rio, recusou.

Dois é demais A formação da chapa com dois egressos das Forças Armadas enfrenta resistências na campanha de Bolsonaro. Auxiliares do deputado preferiam alguém com perfil empresarial. Depois de Mourão, aparecem como opções Janaina Paschoal e Luciano Bivar, ambos do PSL.

Falta o principal O convite para que Manuela D’Ávila (PC do B) assuma a vaga de vice do PT só não foi formalmente apresentado nesta quinta (19) porque a direção petista quer o aval de Lula. O ex-presidente foi informado da negociação.

Ser ou não ser O senador Aécio Neves (PSDB) passou parte desta quinta (19) reunido com cerca de 50 prefeitos que o apoiam em Minas para debater seu futuro político. O grupo está dividido.

Ser ou não ser 2 Há uma ala que prega que ele dispute a reeleição para livrar o aliado Antonio Anastasia, candidato tucano ao governo, do embate com Dilma Rousseff (PT), chamando “pancadaria da campanha” para si. Outra ala vê a eleição para a Câmara como o caminho mais fácil.

Volto já Aécio disse que bateria o martelo após falar com Anastasia neste fim de semana.

De olho Arnaldo Jardim (PPS-SP) é citado como possível vice para a chapa de Márcio França (PSB) ao governo paulista. Ele é ligado ao agronegócio.

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