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‘Acham que não tenho força como cabo eleitoral', diz Lula

Vera Rosa, O Estado de S.Paulo

09 Outubro 2017 | 22h12

BRASÍLIA - Condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em primeira instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a desafiar ontem seus acusadores a ver o que acontecerá no País se o impedirem de ser candidato à Presidência em 2018. “Eles agem todo santo dia para me tirar da disputa. Juntam meia dúzia de juiz e votam. Não me deixam ser candidato e pronto. Se eles acham que, me tirando da disputa, está resolvido o problema deles, façam e vamos ver o que acontece no País. Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem”, disse o petista em ato em defesa das universidades públicas em Brasília.

O ex-presidente afirmou ainda que está “lascado”, mas que espera um pedido de desculpas do juiz Sérgio Moro. “Não quero nem que o Moro me absolva, só quero que peça desculpas.” Muito aplaudido pela plateia, Lula prosseguiu em sua ofensiva contra a Lava Jato.

LULA
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Em quase 40 minutos de discurso, ressuscitou o discurso do “nós contra eles”, disse não poder mais aceitar tantas “mentiras” e afirmou não ter medo da operação. Disse ainda que, se o objetivo da Lava Jato é não deixá-lo ser candidato, os investigadores não deveriam deixar “o povo sofrer” por causa disso.

Apesar de condenado no caso do triplex do Guarujá, ser réu em seis ações penais e estar denunciado em outros dois casos, o ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto.

Acompanhado do ex-prefeito Fernando Haddad, Lula criticou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), presidenciável em 2018. “Se o Bolsonaro agrada ao mercado, nós do PT temos de desagradar ao mercado.”

Recibos. Moro mandou ontem a defesa de Lula “esclarecer expressamente” se tem os originais dos recibos do aluguel do apartamento em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel é vizinho ao de Lula e um dos pivôs da ação penal na qual o ex-presidente é réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

A defesa de Lula apresentou recibos de pagamento. Dois dos comprovantes, no entanto, têm datas que não existem no calendário. O advogado Cristiano Zanin Martins disse que “a perícia nos recibos vai demonstrar que eles são idôneos”. / COLABOROU RICARDO BRAND

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