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Clareza importa na política, e Doria é prova disso

Clareza importa na política, e Doria é prova disso

  Eduardo Anizelli/Folhapress  
SAO PAULO, SP, BRASIL, 03-10-2016, 15h30: O prefeito eleito pelo PSDB Joao Doria, deixa coletiva de imprensa, no comite de sua campanha, na avenida Europa, em Sao Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), recebe um troféu de homem em rua dos Jardins

SÃO PAULO - A vitória por goleada de João Doria é também a de certa forma de fazer política, catalisada pelas habilidades pessoais de um sujeito que fez carreira na televisão. Pode-se acusá-lo de muita coisa, menos de falta de clareza, tanto ao manifestar sua intenção de concorrer como ao defender seus pontos diante do eleitorado, especialmente em relação ao papel da iniciativa privada.

Esta eleição mostrou o que acontece quando falta nitidez. Ao silenciar sobre a reforma trabalhista para evitar um "naufrágio", Celso Russomanno só fez encher o barco de água.

A clareza na política é um avanço. Ainda mais num lugar onde o desejo de concorrer numa eleição por vezes aparece não na boca do pretendente e sim em notinhas. Isso quando o candidato não nega sua pretensão até o último minuto ou sai em campanha sem apresentar programa.

Defender pontos de vista vale até na agressividade. No debate da Globo, Doria procurou sim tachar Erundina de antiga. Apenas não pronunciou a palavra. Fez uma aposta de risco e deu certo, pois também o debate ganhou no primeiro turno: 26% o viram vitorioso, contra 21% dos rivais somados,segundo o Datafolha.

Para os paulistanos que acreditaram no que Doria disse, está fácil cobrar. Para o governo Temer, que ainda não consegue defender uma ideia sem desdizê-la no dia seguinte, eis uma prática que poderia ajudar a tirar sua avaliação do chão.

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"Sou ministro, estou preocupado com as questões de Argentina, Paraguai. Não tenho condição de ficar analisando consequência da eleição neste ou naquele município." Assim respondeu José Serra, ex-prefeito de São Paulo pelo PSDB, candidato tucano na última eleição paulistana e senador eleito pela sigla no Estado, quando questionado sobre a vitória em primeiro turno, em sua cidade, do correligionário Doria, na véspera. Falando em clareza, ele foi bastante claro.  FOLHA DE SP

 

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