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Mendes afirma que 'laranjal' em doações eleitorais está se confirmando

Mendes afirma que 'laranjal' em doações eleitorais está se confirmando

  Raphael Ribeiro - 11.mai.2016/Folhapress  
Gilmar Mendes, presidente do TSE e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou nesta sexta-feira (16) que a presença de "laranjas" como doadores nas eleições está sendo identificada pelos técnicos do tribunal. Mendes citou como exemplo casos de nomes de pessoas mortas na prestação de contas de candidatos. Lembrou também a presença de beneficiários de programas sociais como fonte de receita para campanhas.

"Temos mortos fazendo doação em grande quantidade. Em eleições anteriores, víamos mortos votando. Doando é novidade", afirmou Mendes, no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio.

"Tem também a generosidade dessa gente do Bolsa Família. Alguns chegaram a fazer doação de R$ 68 mil. Era de se esperar que com a ausência dos recursos das corporações, houvesse algum tipo de manipulação do financiamento. No passado falei que podia-se criar um mecanismo de laranjas para doação, e isso está se verificando".

No ano passado, após a decisão do TSE que proibiu a doação de empresas, Mendes havia dito que o país ganharia a "copa do mundo de laranjas". "Com essa fórmula, a gente vai montar o maior laranjal", afirmou à época.

MILITARES

Ele esteve no Rio para confirmar a permanência das Forças Armadas e da Forças Armadas após a Paraolimpíada e até o fim do processo eleitoral. O contingente que permanecerá será definido na semana que vem. Os militares devem atuar em favelas e em alguns pontos da Baixada Fluminense.

A região foi palco das mortes de 13 pessoas relacionadas com a política. A Polícia Civil do Rio afirmou que apenas dois casos têm relação direta com as eleições. Mas Mendes disse que as demais também preocupam por terem alguma ligação com a atividade política.

"[A situação na segurança pública do Rio] É talvez uma das mais graves do mundo. Há uma preocupação singular com o Rio. Se houvesse a descontinuidade [da presença das forças de segurança após a Paraolimpíada], teríamos uma situação muito agravada. Falou-se até em efeito rebote. O crime poderia vir com vontade redobrada. Esse é o efeito que se quer evitar", disse ele.

Mendes disse que o TSE analisa pedidos do Pará, Rio Grande do Norte e Mato Grosso para envio de militares para ajudar na segurança das eleições. 

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