Sai CNPJ, entra CPF. Mesmo com a proibição das doações eleitorais de empresas, os sócios de antigos doadores têm feito contribuições pessoais a candidatos. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) arrecadou R$ 4,9 milhões, sendo 80% de empresários dos setores de imóveis, construção, materiais para obra e revenda de veículos. O sócio-fundador da Braslimp, Francisco Guilherme de Aguiar, colaborou com R$ 100 mil para reeleger o prefeito. A empresa dele, que faz coleta de lixo hospitalar, fechou 14 contratos com a Prefeitura de Fortaleza só neste ano, no valor de R$ 544 mil.

	Sergio Lima/Folhapress
	Roberto Cláudio (PDT), atual prefeito de Fortaleza

Em Porto Alegre, a candidatura de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) é financiada por empresários e profissionais liberais como Cristiano Renner, presidente da rede de lojas com seu sobrenome, e Fernando e Luis Estima, sócios da fabricante de armas Taurus.

O ex-presidente do Atlético-MG Alexandre Kalil (PHS) tem até agora 88% de sua campanha (R$ 400 mil) paga por sócios da MRV Engenharia e dos Supermercados BH.

Segundo ele, são amigos. "A lei é assim, então, estou lutando desse jeito. Eles nunca me ajudaram em nada e, agora, estão tendo a oportunidade", disse Kalil.

Alice Portugal (PC do B), candidata à Prefeitura de Salvador, recebeu R$ 100 mil —dos R$ 340 mil que arrecadou até agora— de Maria Paula Suarez, mulher de Carlos Seabra Suarez, empresário dono de distribuidoras de gás e um dos fundadores da OAS.

Em São José dos Campos, um mesmo empresário, Wagner Louis de Souza, da empresa Century, doou a PT e PSDB. Foram R$ 200 mil ao prefeito petista Carlinhos Almeida e R$ 100 mil ao tucano Felício Ramuth.FOLHA DE SP