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Candidato a vereador e outros dois são presos em Maracanaú por estelionato

“Capacitação profissional com certificado de conclusão”. “Invista no seu futuro!” Com estas e outras propagandas, suspeitos ofertavam cursos de técnicas de investigação e distribuíam carteiras funcionais similares as da Polícia Civil do Estado do Ceará e carteiras de perito, entre outros materiais. Mas a farsa foi descoberta pela Polícia Civil cearense, em uma investigação que resultou nas prisões de três homens envolvidos no esquema criminoso. As capturas se deram em duas ações, nos últimos dois dias – 17 e 18. Mais de 300 carteiras semelhantes a funcionais, além de distintivos, camisas com brasão similar ao da Polícia e outros materiais parecidos com os originais foram apreendidos com o trio.

O trabalho de investigação policial foi realizado por policiais civis do 30º Distrito Policial e teve o objetivo de combater a circulação de exemplares similares aos materiais de uso exclusivo das forças de segurança do Estado. Entre os presos está um candidato a vereador no município de Maracanaú – Região Metropolitana de Fortaleza –, identificado como Antonio Emerson Bezerra Barros (29), o “investigador Barros”. Os outros capturados são Willian Braga Magalhães Lima (29) e Ítalo Wagner Honorato da Silva (38), que responde a dois procedimentos policiais por porte ilegal de arma de fogo.

Entrada gratuita em casas de show, transportes coletivos e na foto da campanha política. Estas eram algumas formas que o trio encontrava para se utilizar dos distintivos e carteiras funcionais. Mas Polícia descobriu a atividade ilícita e prendeu primeiramente Ítalo, na última quarta (17). Ele foi capturado em seu escritório, em um prédio situado no Centro de Fortaleza – Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1). O homem é apontado nas investigações como sendo o fornecedor das carteiras funcionais e dos distintivos.

O criminoso prometia o registro de investigador criminal e a carteira de Agente Judiciário, que proporcionaria acesso gratuito a clubes de festas e transportes coletivos. Em seu escritório, Ítalo ofereceu aos policiais uma carteira já confeccionada com as expressões: “República Federativa do Brasil” e um brasão similar ao da Polícia Civil. As atribuições do cargo de “investigador criminal” eram semelhantes às conferidas aos cargos públicos de delegado e inspetor de Polícia Civil e perito criminal/legista – configurando uma mistura irregular dessas funções.

No escritório, os policiais apreenderam diversos cartões de apresentação do “Instituto de Investigação Inteligência Civil”, várias carteiras funcionais semelhantes a de investigador, portas-documento funcionais do Poder Judiciário e de investigador criminal, quatro distintivos de investigador criminal, 80 cartões de apresentação com o nome de Ítalo e do Poder Judiciário do Estado e diversos recibos, certificados, fichas de inscrição cadastrais e outros documentos, além de um celular.

Na tarde de ontem (18), as apurações levaram os policiais a Emerson e Willian – suspeitos de participarem da distribuição dos produtos. Com eles, os policiais apreenderam similares de cédulas funcionais, camisas com um brasão parecido ao da PCCE com o nome de “Investigador Civil” e banner da “Divisão de Investigação Civil”, diversas cédulas funcionais em branco prontas para serem usadas, distintivos metálicos também semelhantes aos da PCCE, algemas e materiais com brasões da República e da Justiça Federal, entre outros objetos.

De acordo com o delegado Márcio Gutierrez, titular do 30º Distrito Policial e responsável pelo caso, os infratores se passavam falsamente por policiais civis, com a promessa de ofertar cursos de investigação sem a devida autorização. Ainda segundo o delegado, eles não têm autorização legal para essa atividade, que precisa de registro em um conselho e de fiscalização da Polícia Civil. Todos os presos foram encaminhados ao 30º DP e autuados em flagrante por estelionato, usurpação de função pública, falsidade ideológica e associação criminosa.

Candidato
“Contra a corrupção e para um Maracanaú melhor. Investigador Barros”. Esta é a propaganda da campanha política de Emerson, candidato pelo Partido Social Cristão (PSC), que se auto-intitula, em uma rede social, como “diretor presidente do Departamento de Investigação Civil”. Ele posa para a foto com um distintivo. Já Willian oferece em uma rede social a “carteira de Perito” e capacitação profissional com promoções e certificado.

Ação policial
A ação policial é resultado de um trabalho de investigação continuada, iniciado com um flagrante de tráfico de drogas, em julho último. Cinco pessoas foram flagradas com 46 mil comprimidos do medicamento Artane, utilizado para o tratamento de doenças como Parkinson. Por produzir efeitos neurológicos, os comprimidos são classificados como tarja preta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e só podem ser vendidos sob prescrição médica. Além dos entorpecentes, foram apreendidos três veículos e uma motocicleta. Dois dos presos, um homem e uma mulher, possuíam carteira funcional de “investigador criminal” e distintivos semelhantes aos utilizados por policiais – o que chamou a atenção dos agentes de segurança. Então, as apurações levaram a Polícia a Ítalo, Emerson e Willian. CEARAAAGORA

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