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Tarcísio vai bem entre ricos, enquanto Michelle Bolsonaro, nas bases de Lula, aponta Datafolha

Por  — Rio de Janeiro / O GLOBO

 

Os recortes da pesquisa Datafolha que simulou cenários para a eleição presidencial de 2026 mostram que, apesar de ter um governo mal avaliado, o presidente Lula ainda conta com vantagem em segmentos que costumam apoiá-lo, como as mulheres e os mais pobres. Ele vê, no entanto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) entrar com força considerável nesses grupos, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), domina as duas faixas mais altas de renda — é o único que teria mais votos que Lula já no primeiro turno entre os mais ricos. Filhos de Jair Bolsonaro, Flávio e Eduardo não se destacam tanto em filões específicos e ostentam números quase idênticos um ao outro.

 

Chama atenção que, nas simulações de segundo turno, os possíveis candidatos da direita passam a registrar números parecidos nos diferentes segmentos, o que indica a unificação do antipetismo. Nenhum deles chega a ganhar numericamente de Lula, mas Tarcísio (43% a 42%) e Michelle (46% a 42%) têm empate técnico — a margem de erro é de dois pontos percentuais, o que no caso da mulher de Bolsonaro faz com que haja empate no limite da margem.

 

São os dados do primeiro turno, no entanto, que indicam onde cada um encontra seu ponto de partida mais relevante. Michelle tem desempenho homogêneo, registrando entre 20% e 30% em quase todos os segmentos. Entre os representantes da direita, ela é quem melhor consegue avançar sobre as bases lulistas: com 25% entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos, é o único candidato que passa de 20%. E vai melhor ainda na faixa entre dois e cinco salários, com 29%. No cenário geral, a ex-primeira-dama também é quem chega mais perto de Lula no primeiro turno, apesar de ainda perder: 37% para o presidente e 26% para a líder do PL Mulher.

 

Considerado o nome mais forte para enfrentar Lula, Tarcísio pontua menos que Michelle no primeiro turno, apesar de atrair mais votos na projeção de segundo. Também é quem constrói sua força em pilares mais específicos — o que desponta como um desafio, já que larga muito atrás em outros estratos sociais relevantes.

 

Entre os homens ele vai a 26% e tem apenas 11 pontos a menos que Lula. Mas, quando se analisam as mulheres, registra meros 17% e perde por 20 pontos. É também, com exceção do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) — que não foi testado num cenário sem Tarcísio ou alguém da família Bolsonaro — quem desempenha pior entre os que ganham até dois salários, principal fortaleza de Lula. Nesse recorte, o governador paulista marca apenas 17%, menos da metade dos 42% do petista.

 

Tarcísio, entretanto, já se estabeleceu como o favorito dos mais ricos. Vence Lula nas duas faixas superiores de renda, algo que os integrantes da família Bolsonaro não conseguem fazer. Com 35% e 34%, domina entre os que ganham de cinco a dez salários e os que recebem mais de dez, respectivamente. Lula tem 28% em ambos os casos.

 

Filhos na classe média

O governador lançou recentemente o programa SuperAção SP, comparado na política local ao Bolsa Família, a fim de atingir o eleitorado de renda baixa. A ideia é atender, em dois anos, 105 mil famílias registradas no CadÚnico e que tenham renda média de até meio salário mínimo.

 

Os filhos de Bolsonaro cotados para a empreitada presidencial, o deputado federal Eduardo e o senador Flávio, apresentam números parecidos por segmentos, além de terem os mesmos 20% no total do primeiro turno. No caso deles, os destaques oscilam pouco na comparação com o desempenho geral. Ou seja, têm poucos grupos com os quais contar de forma inexorável.

 

 Entre os brasileiros com vencimentos de cinco a dez salários mínimos, por exemplo, Flávio tem 24%. Já Eduardo pontua 22% no mesmo estrato e no imediatamente anterior, de dois a cinco salários. Ambos marcam 19% no grupo mais pobre. Eles também são vistos com desconfiança pelos mais ricos: 14% para Flávio, 11% para Eduardo.
 
TARCISIO GOV SP
 
MICHELE BOLSONARO

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