Quaest: Nunes tem 45% contra 33% de Boulos no 2º turno em SP
Tayguara Ribeiro / FOLHA DE SP
A primeira pesquisa Quaest sobre o segundo turno da disputa para a Prefeitura de São Paulo aponta que Ricardo Nunes (MDB) tem 45% das intenções de voto e Guilherme Boulos (PSOL), 33%.
O levantamento ouviu 1.204 pessoas presencialmente entre os dias 13 e 15 de outubro e foi encomendado pela TV Globo. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O registro na Justiça Eleitoral tem número SP-05735/2024.
Segundo a pesquisa, 19% indicaram votar branco, nulo ou que não votariam. Outros 3% se disseram indecisos.
A votação nas cidades onde haverá o segundo turno será no dia 27 de outubro.
Na pesquisa espontânea, aquela em que os nomes dos candidatos não são citados para os eleitores entrevistados, Nunes registra 38% e Boulos, 28%, enquanto indecisos somam 26%. Brancos, nulos ou que não votariam somam 8%.
Ainda de acordo com o levantamento da Quaest, 80% dos paulistanos consideram que a escolha do candidato é definitiva, e 20% afirmam que podem mudar.
Segundo a pesquisa, 74% dos eleitores da cidade de São Paulo que votaram em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno afirmam que irão escolher Nunes no segundo e 13%, Boulos.
Considerando os paulistanos que votaram em Tabata Amaral (PSB), o levantamento da Quaest aponta que 54% pretendem votar em Boulos, enquanto 23% citam o atual prefeito.
Na pesquisa estimulada, enquanto o levantamento da Quaest apresenta aos entrevistados os nomes dos candidatos e as opções "branco/nulo" e "não votaria", o questionário da pesquisa Datafolha apresenta apenas os nomes dos candidatos (com revezamento entre o primeiro e o segundo a ser lido a cada entrevista).
A pesquisa Quaest foi feita após o apagão na cidade de São Paulo que monopolizou a atenção das campanhas, com troca de ataques sobre as responsabilidades.
Na última segunda (14) ocorreu o primeiro debate entre os dois candidatos no segundo turno, e a falta de energia após o temporal dominou os embates entre Nunes e Boulos.
O destaque foi para a troca de acusações em relação às responsabilidades, com o candidato do PSOL culpando a prefeitura pela falta de poda de árvores e o emedebista atacando o governo de Lula (PT), lembrando que a concessão é federal para desgastar o padrinho do adversário.
Junto com a troca de acusações e de responsabilidades de grupos políticos rivais, o apagão mudou os rumos dos candidatos nas ruas, nas redes sociais e na propaganda eleitoral, levando também à reviravolta nas agendas e pautas diárias e à apresentação de novas promessas pelo psolista, sobre um tema até então deixado em segundo plano na eleição paulistana.
A campanha do PSOL reiterou a ordem de centrar esforços no desgaste de Nunes por causa do apagão, num esforço para desidratá-lo e tentar criar condições para uma eventual virada. Aliados afirmam que, em pesquisas internas, a distância entre eles vem diminuindo desde o início da crise.
A mudança de cenário foi ao encontro da estratégia definida por Boulos para tentar capturar parte dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) e que inclui demonstrar indignação e combatividade.
Aliados de Nunes afirmam não acreditar que o apagão possa custar a reeleição dele. As redes do emedebista abordam o tema como forma de atacar Lula no momento em que a campanha busca herdar votos antiesquerda de Marçal e também de bolsonaristas. Tarcísio também entrou na linha de frente do embate com o governo federal e com a Enel, dando respaldo à posição do prefeito.