Campanha de Bolsonaro pede que TSE investigue se rádios do Nordeste deixaram de veicular propaganda obrigatória
Por Jussara Soares e Alice Cravo — Brasília / O GLOBO
A campanha do presidente Jair Bolsonaro ingressou com um ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que pede uma investigação a emissoras de rádio do Nordeste que teriam deixado de veicular propagandas partidárias do candidato à releição. Além disso, pleiteia a suspensão das peças publicitárias de seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O movimento da equipe de Bolsonaro mira a região em que ele obteve o pior desempenho no primeiro turno. Lula alcançou 67% dos votos válidos nos estados nordestinos, contra 26,8% de Bolsonaro.
De acordo com relatório de uma auditoria contratada pela campanha, o presidente teve 18,24% de inserções a menos em todo o Brasil. Foram analisadas 4.896 emissoras e 1,5 milhão de inserções (pequenas propagandas de 30 segundos a que ambos os candidatos têm direito). Ao todo, de acordo com a campanha de Bolsonaro, o PL teve 45% do tempo destinado às propagandas eleitorais, enquanto o PT, 55%.
Os advogados que representam Bolsonaro pedem a suspensão das propagandas de rádio de Lula em todo o território nacional até que se atinja o número das inserções que supostamente teriam sido tiradas da propaganda do presidente. Requerem também a notificação das emissoras envolvidas.
A petição, assinada pelo advogado da campanha, Tarcísio Vieira, classifica o caso como "fato gravíssimo, capaz de efetivamente assentar a ilegitimidade do pleito, se não corrigido imediatamente."
O ministro das comunicações Fabio Faria, que atua como um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro, convocou uma entrevista coletiva em frente ao Palácio da Alvorada para tratar do assunto, Ele afirmou que teve uma reunião "informal" com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, sobre a auditoria contratada pela campanha e dsse que espera que o tempo de inserções seja reposto.
-- Ele não dá sinalização. Foi uma conversa informal com o presidente, eu falei que ia fazer uma coletiva, que buscamos isso desde a semana passada e que o nosso jurídico estaria entrando todos os dias. Cabe ao TSE.... ai eu não vou falar pelo TSE. O que queremos é que seja reposto para nós o mesmo tempo.