Presidente do Novo diz que partido não liberou voto em Lula no 2º turno
Por José Fucs / O ESTADÃO
O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse nesta terça-feira, 18, que, ao contrário do que afirma o empresário João Amoêdo, fundador e ex-comandante do partido, a nota divulgada pela legenda após o 1º turno das eleições, liberando o voto dos filiados no 2º turno, não prevê a opção pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Na nota, nós nos colocamos claramente contra o PT. Reforçamos que o PT e o lulismo são contrários a tudo o que a gente sempre defendeu”, disse Ribeiro. “No Novo, tem gente que gosta do Bolsonaro e vai votar nele, tem gente que vai votar a contragosto no Bolsonaro e tem gente que não vota de jeito nenhum no Bolsonaro e prefere anular o voto. Mas ninguém vai votar no Lula.”
Ribeiro, que classificou a declaração de voto de Amoêdo em Lula como “vergonhosa” e “uma decepção muito grande”, justificou a forte reação do partido e de vários de seus líderes e mandatários contra ele. “Como a imagem do João é muito associada ao Novo, muita gente iria achar que o partido estava apoiando o Lula, se nós não nos posicionássemos ali.”
Como revelou nesta terça-feira a Coluna do Estadão, um pedido de expulsão de Amoêdo do Novo foi protocolado na Comissão de Ética Partidária na quinta-feira passada. Além da sua declaração de apoio a Lula, o pedido se baseia também no seguido desrespeito ao artigo 18 do Estatuto do partido, que trata como infidelidade “difamar a imagem ou a reputação do Novo, seus mandatários, candidatos ou dirigentes”.
Embora diga que ele próprio não tomará iniciativa para promover a expulsão de Amoêdo, Ribeiro criticou a postura adotada pelo fundador do Novo. “Ele passou os últimos dois anos e meio metendo o pau na bancada federal, me criticando, criticando a gestão do partido, falando que estava tudo errado”, disse. “Aí, na campanha eleitoral, ele não faz uma menção sequer aos nossos candidatos, ao (Luiz) Felipe (D’Avila, candidato do Novo à Presidência), a ninguém. O que ele queria, que o partido aplaudisse a declaração de voto dele no Lula? Todo mundo se sentiu traído.”