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Congresso Nacional estará à direita e mais radicalizado com bolsonaristas

Por Daniel Weterman e Lauriberto Pompeu / O ESTADÃO

 

BRASÍLIA – A eleição deste domingo,2, transformou o Congresso Nacional no mais conservador da história do período democrático do País, considerando o resultado obtido nos principais colégios eleitorais. Os partidos de direita, com predomínio das legendas do Centrão, conquistaram a maioria das cadeiras da Câmara e do Senado em disputa.

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, elegeu as maiores bancadas para a Câmara em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O levantamento leva em conta o resultado parcial de mais de 90% das urnas apuradas. Os números finais ainda podem mudar com a totalização final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em São Paulo, o PL de Bolsonaro ficou com 17 cadeiras na Câmara, enquanto a federação PT-PCdoB-PV, que apoia o petista Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou 11 vagas. No total, São Paulo tem 70 deputados federais. Guilherme Boulos (PSOL) foi o campeão do Estado, com 1.001.453 votos. Ficou na frente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente, que chegou em terceiro lugar, com 731.574 votos. Também reeleita, a deputada Carla Zambelli (PL) ocupou a segunda posição, com 935.290 votos.

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também conquistou uma vaga na Câmara, sendo o quarto mais votado entre os paulistas, com 638.427 votos. Rosângela Moro (União Brasil), mulher de Sérgio Moro, foi eleita com 217 mil votos. O ex-ministro da Justiça, por sua vez, terá uma cadeira no Senado.

Candidatos de direita que romperam com Bolsonaro tiveram dificuldades – o próprio Moro se reaproximou do presidente na campanha. Joice Hasselmann (PSDB-SP), mulher mais votada em 2018 para deputada federal, teve apenas 13.413 votos e perdeu o cargo.

O PL de Bolsonaro se tornou o principal partido do Centrão e campeão de cadeiras na eleição para deputado federal no Rio, com 11 das 46 vagas em disputa. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) foi o segundo deputado federal mais bem votado no Rio, com 205 mil votos. Talíria Petrone (PSOL), por sua vez, foi a melhor colocada na esquerda.

Em Minas, o vereador Nikolas Ferreira (PL) teve 1.396.211 de votos e caminha para ser o deputado federal mais votado do País, com 93,54% das urnas apuradas no Estado.

Na prática, a vitória de políticos do Republicanos, do PP e do União Brasil fortalece a bancada da direita no Congresso. O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), negociam a formação de um único partido.

A configuração que sai das urnas aumenta a chance de o grupo ficar com os cargos mais estratégicos da Câmara a partir de 2023, incluindo a presidência da Casa, ampliando o domínio sobre a elaboração do Orçamento e a votação dos projetos de lei. Lira é candidato a novo mandato à frente da Câmara. Em Alagoas, com 74,74% das seções finalizadas, ele era o candidato mais votado.

A eleição para o Senado também foi marcada pela vitória de aliados de Bolsonaro e políticos que colaram seus nomes à figura do presidente. Os partidos de direita emplacaram 19 nomes.

Além de Moro, Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL), Tereza Cristina (PP) e Rogério Marinho (PL-RN) foram eleitos senadores. O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também conquistou uma vaga no Senado e Magno Malta (PL-ES) retornará à Casa.

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