Ato com Lula no RS tem apelo a eleitores de Ciro e Tebet por decisão em 1º turno
Caue Fonseca / FOLHA DE SP
Na reta final para o primeiro turno das eleições de 2022, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou foco em vitória no primeiro turno e fez discurso voltado a mulheres em comício realizado na noite desta sexta-feira (16) em Porto Alegre.
Os apelos para que os eleitores se esforçassem em decidir a eleição presidencial já no dia 2 vieram principalmente de aliados. A ex-deputada Manuela D’Ávila (PC do B), por exemplo, pediu à militância "15 dias de gás por quatro anos de paz".
Nomes como Glesi Hoffmann, presidente do PT, e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) bateram na mesma tecla, de que é preciso vencer no primeiro turno.
"Essa eleição mostra duas coisas. Mostra a força política das mulheres, mas também a consciência elevada das mulheres que não se deixam convencer por aquele que é, talvez, o pior presidente para o seu próprio povo de todo o mundo", disse a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em referência a Jair Bolsonaro (PL).
Dilma também insistiu em uma resolução da eleição presidencial em primeiro turno, e fez um aceno ao PDT, seu partido de origem, citando Brizola: "Eu tenho certeza que se Leonel Brizola estivesse vivo, ele estaria sentado aqui hoje ao lado de Lula", disse Dilma.
"Essa eleição precisa ser resolvida no primeiro turno. O povo brasileiro não merece mais 30 dias de uma campanha em que o ódio está dominando", completou Gleisi.
"Se vocês souberem de alguém que quiser votar no 15 [número de Simone Tebet], no 12 [de Ciro Gomes] diga que eles têm esse direito, mas que, se o fascismo ganhar, eles não terão esse direito no futuro", disse Randolfe Rodrigues, senador pela Rede e integrante da coordenação da campanha de Lula.
Após Janja, mulher de Lula, dedicar o jingle da campanha a Debora Moraes, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens em Porto Alegre, vítima de feminicídio no dia 13, o ex-presidente discursou ligando as medidas armamentistas de Jair Bolsonaro ao crime:
"No nosso governo, com o Estatuto do Desarmamento, nós recolhemos 620 mil armas e queimamos em praça pública. Quem está comprando arma é vocês? Não, quem está comprando arma é o crime organizado com o decreto do Bolsonaro. Quem é que precisa de 10 fuzis e milhares de munições?, disse Lula.
O ex-presidente também rebateu os últimos programas eleitorais de Bolsonaro, que vem ligando Lula a corrupção.
"Ele está me ofendendo na televisão me chamando de ladrão. Mas não fui eu que comprei 51 imóveis em dinheiro vivo com R$ 26 milhões. […] O Lulinha Paz e Amor vai quebrar todo o sigilo dele. Vai saber tudo o que ele está escondendo de nós."
Lula também fez menções ao agronegócio, citando diferenças na questão ambiental. "Eu não tenho problema com o agronegócio. Por que alguns deles não gostam da gente? Por que a gente vai acabar com essa história de desmatamento na Amazônia. A gente vai cuidar da questão climática com mais carinho do que da outra vez", disse o petista.