Vera Magalhães: Lula e Bolsonaro empatam em espontânea e rejeição
Por Vera Magalhães — São Paulo
Dois dados da pesquisa Ideia/Exame se distinguem dos revelados por todas as demais pesquisas até aqui: no mais recente levantamento da série, Lula e Jair Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados tanto na intenção de votos espontânea quanto na rejeição.
O diretor do instituto, o economista Maurício Moura, vem apontando há semanas que a rejeição de Lula e Bolsonaro se aproximaria mais próximo da eleição, dado o antipetismo que costuma se manifestar na reta final das campanhas.
Esse sempre foi considerado por ele um indicador importante por jogar contra a ideia de que a eleição poderia se resolver já no primeiro turno.
Lula marca 33% nas menções sem a apresentação de opções de candidatos ao eleitor, e Bolsonaro tem 30%. Entre os homens, Bolsonaro lidera as citações espontâneas, com 38%, contra 27% do petista. Entre as mulheres a diferença se inverte, e Lula tem 38% contra apenas 23% que optam por Bolsonaro.
Bolsonaro ganha de goleada na espontânea de Lula nos eleitores acima de de 45 anos, chegado a 42% nesta faixa e na seguinte, dos que têm acima de 60 anos. O petista é citado espontaneamente por 27% e 28% nessas faixas, respectivamente.
São dados que mostram um vigor de Bolsonaro que não existia há alguns meses. E que apontam para um alto grau de definição do eleitor: 83% dizem que esse voto manifestado na pesquisa não vai mais mudar.
A aproximação entre os dois primeiros colocados na pesquisa Ideia também acontece na estimulada: 44% a 36%, uma distância de apenas oito pontos. Nos mesmos públicos listados acima o presidente está à frente de Lula também na estimulada.
Discurso do QG bolsonarista
Na rejeição, a diferença entre os que não votariam em Bolsonaro ou em Lula de jeito nenhum é apenas de três pontos: 45% a 42%.
No cenário de segundo turno, Lula ganharia de Bolsonaro por 49% a 40%, também a menor diferença já detectada.
Todos esses dados captam uma melhora do ambiente para Bolsonaro de forma mais acelerada que a vista em levantamentos de outros institutos. As metodologias empregadas são diferentes e as séries não são comparáveis entre sim.
O importante é verificar o movimento dentro da própria série do Ideia, e, nesse caso, os dados são bastante positivos para a campanha de Bolsonaro. Em julho, por exemplo, Bolsonaro tinha 46% de rejeição contra 40 Lula.
Pelo cenário do Ideia, a hipótese de vitória de Lula em primeiro turno é bem mais remota que a depreendida de outras pesquisas.
Os números deverão intensificar no QG bolsonarista o discurso da “virada”, que Bolsonaro passou a fazer em falas como a de Minas Gerais nesta quarta-feira, quando chegou a dizer que vencerá no primeiro turno.
Os dados também reforçarão a euforia que aliados do presidente buscaram demonstrar com sua performance no Jornal Nacional, a despeito da constatação de que Bolsonaro mentiu por diversas vezes ao vivo.
A estratégia agora é tentar evitar fatores de desgaste, como o debate do pool de veículos de imprensa marcado para este domingo, ao qual apoiadores aconselham o presidente a não comparecer.
Dois dados da pesquisa Ideia/Exame se distinguem dos revelados por todas as demais pesquisas até aqui: no mais recente levantamento da série, Lula e Jair Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados tanto na intenção de votos espontânea quanto na rejeição.
O diretor do instituto, o economista Maurício Moura, vem apontando há semanas que a rejeição de Lula e Bolsonaro se aproximaria mais próximo da eleição, dado o antipetismo que costuma se manifestar na reta final das campanhas.