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Lula critica Bolsonaro por falta de correção do IR, mas defasagem da tabela cresceu 23% com PT

Por João Scheller / O ESTADÃO

 

Apesar das críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente Jair Bolsonaro (PL), por não ter corrigido a tabela do Imposto de Renda, as atualizações feitas durante as gestões petistas não foram suficientes para repor perdas inflacionárias. Bolsonaro havia prometido ajustar as faixas de tributação, mas não fez nenhuma revisão no mandato. Em redes sociais e entrevistas, Lula tem anunciado correções anuais, além da elevação da faixa de isenção a até “por volta de” R$ 5 mil por mês.

 

No acumulado, desde 1996, quando foi iniciado o atual formato de cobrança do IR, a desatualização está em 147,3%, segundo compilação feita pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco). Em três anos e meio de mandato, a defasagem de 26% sob a gestão Bolsonaro, até junho deste ano, é recorde.

 

“Quando eu era presidente, reajustei várias vezes a tabela do Imposto de Renda. Bolsonaro prometeu e não fez”, escreveu Lula, no Twitter. No início de agosto, Bolsonaro havia afirmado que uma correção já estava acertada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para o próximo ano, apesar de não mencionar valores.

 

As gestões petistas, embora tenham feito mais ajustes na tabela do IR, não foram capazes de impedir os efeitos da inflação sobre os rendimentos do contribuinte. Ao fim dos mandatos de Lula e Dilma Rousseff, após 13 anos de governos, a defasagem acumulada foi de 23% em comparação ao último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). De 1996 a 2015, as perdas chegaram a 72,1%.

Tema recorrente em campanhas eleitorais para a Presidência, a falta de correção das faixas salariais afeta diretamente o contribuinte, que passa a pagar mais impostos, enquanto vê o valor real da renda diminuir. Há uma questão de contas públicas por trás do debate do IR: sem a atualização, o governo eleva a arrecadação sem a necessidade de aumentar diretamente tributos, uma vez que uma quantidade maior de contribuintes é taxada de um ano para o outro.

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