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Terceira via trava uma guerra de 3% contra 1%..

Josias de Souza

Colunista do UOL

16/05/2022 09h34

Dois partidos ainda simulam a busca por um candidato de consenso para representar a terceira via na sucessão presidencial. O PSDB dispõe de João Doria, um candidato que venceu as prévias, mas não levou o partido. O MDB oferece Simone Tebet, uma candidata que se mantém na pista enquanto parte da caciquia da sua legenda finca os cotovelos nas mesas dos jantares de Lula. No final de semana, a negociação ganhou ares de conflito. PSDB e MDB travam a guerra de 3% contra 1%. São esses os percentuais de votos atribuídos a Doria e Simone.

Considerando-se que Doria e Simone não admitem ser vice um do outro, era preciso estabelecer um critério. Numa negociação que incluiu o Cidadania, combinou-se a realização de pesquisas desfavoráveis a Doria, pois incluem a rejeição como fator de desempate. O candidato tucano chamou a manobra de "golpe"e enviou ofício à cúpula do PSDB. Cobrou respeito às prévias e ameaçou recorrer à Justiça.

Marcada para quarta-feira, a reunião dos partidos que ainda brincam de terceira via será precedida por um encontro em que a Executiva do PSDB decidirá, na terça, o que fazer com a carta de Doria. Nesse cenário, é nula a hipótese de surgir um candidato único em 18 de maio, como havia sido prometido. A questão não é que a terceira via empacou. O problema é que o grupo evoluiu de um congestionamento para um beco sem saída.

Saíram ou foram empurrados para fora da disputa presidencial Luciano Huck, Sergio Moro, Rodrigo Pacheco, Eduardo Leite, Alessandro Vieira e Luiz Henrique Mandetta. Doria e Simone sonhavam em substituir Bolsonaro num segundo turno contra Lula. O erro mais primário que pode ser cometido no momento é culpar os 30% de eleitores que flertam com a reeleição do capitão pela dificuldade dos seus rivais de atingir os dois dígitos nas pesquisas. O problema da terceira via nunca foi de escassez de nomes, mas de falta de unidade e de ideias.

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