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PARTE 2- Sete dos dez governadores já reeleitos iniciam 2022 sem candidato definido à sucessão

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) vem sinalizando disputar o Senado e apoiar um candidato ao governo do PDT, sigla do presidenciável Ciro Gomes, seu aliado. O PT, que estimulou a candidatura de Camilo, resiste a um palanque com Ciro, devido às críticas a Lula.

O entrave é causado também pela ausência de sucessor natural no PDT. O senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, descarta concorrer. Ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio tem apoio interno, mas outros pedetistas, como a vice-governadora Izolda Cela, tentam se cacifar. Em 2020, quando deixou para a última hora a escolha do candidato a prefeito de Fortaleza, o PDT teve dificuldades para vencer, com Sarto Nogueira, o segundo turno contra Capitão Wagner (PROS), hoje pré-candidato ao governo pela oposição.

— Há uma alternância no Ceará: o senador Cid Gomes governou por dois mandatos, depois veio Camilo, pelo PT, e agora entendo que a vez é do PDT — afirma o presidente do PDT, Carlos Lupi.

A equação envolve ainda uma disputa entre Camilo e Wagner para atrair o União Brasil, formado pela fusão entre DEM e PSL, a seus respectivos palanques. Aliados de Wagner já assumiram o PSL, enquanto o DEM é dirigido pelo senador Chiquinho Feitosa, suplente em exercício na vaga do senador licenciado Tasso Jereissati (PSDB). Próximo a Camilo, Tasso tem dito que não disputará novo mandato, mas abriu caminho para o suplente tentar se fortalecer. Antes de assumir como senador, Feitosa planejava tentar vaga na Câmara.

Bases fragmentadas

No Sergipe, a indefinição na escolha do sucessor de Belivaldo Chagas (PSD) já gerou uma fissura na base. O PT apresentou como pré-candidato ao Executivo o senador Rogério Carvalho, que tem feito críticas a Belivaldo. A cúpula do PSD tenta emplacar a candidatura do deputado Fábio Mitidieri, mas há movimentações nos bastidores por outros postulantes, como o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT).

A dificuldade para chegar a um denominador comum ameaça ainda fragmentar as bases de Flávio Dino (PSB), no Maranhão, e Eduardo Leite (PSDB), no Rio Grande do Sul. Em ambos os estados, a escolha do sucessor encontra-se afunilada entre duas opções, mas movimentos recentes abrem pouca margem para concessões.

Leite, que se diz contrário à reeleição, filiou ao PSDB seu vice, Ranolfo Vieira Jr., lançado pelo partido como pré-candidato ao governo. O MDB, também da base, reivindica o apoio do governador a seu candidato, com a hipótese de enfrentar o PSDB caso não haja acordo. Em disputa interna para definir seu nome ao Executivo estadual, o MDB tem no deputado federal Alceu Moreira e no presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, nomes mais próximos a Leite, o que facilitaria uma composição. Uma ala do partido, contudo, tenta convencer o ex-governador José Ivo Sartori a concorrer.

No Maranhão, há uma disputa velada desde 2020 entre o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) pelo posto de sucessor. Como Dino deve deixar o governo para disputar o Senado, Brandão assumirá o cargo por ao menos seis meses. Weverton, por outro lado, tem como trunfo a aproximação com Lula, que também estará no palanque de Dino.

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