Defender Lula no horário eleitoral pode condenar candidatos do PT à derrota
A orientação da direção do PT para que candidatos a prefeito e vereador utilizem o horário eleitoral do próximo dia 27 para defender a anulação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da condenação do ex-presidente Lula tem tudo para provocar embaraços.
Se for seguida, como pede a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, pode fazer com que postulantes ao cargo de prefeito sejam obrigados a se desviar da estratégia que tentam construir junto ao eleitorado.
Campanhas como a de João Coser em Vitória e Major Denice em Salvador não fazem qualquer referência ao partido. Além de concentrarem o discurso nos temas locais, deixam de lado até a cor vermelha. Apenas o número 13 é citado no horário eleitoral.
Fazer uma defesa de Lula na televisão, com a mensagem #AnulaSTF, como orienta a direção, implicaria, no casos desses candidatos, um cavalo de pau nos rumos da campanha, o que pode ter efeitos negativos seja para subir nas pesquisas, como é a tentativa de Denice, como para se manter na frente, no caso de Coser.
Pesquisas realizadas pelo país nestas eleições mostram que Lula, assim como outros padrinhos como o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro, provocam mais repulsa do eleitorado do que impulsionam votos.
Se os candidatos forem pragmáticos, pensarem mais nos seus próprios interesses e não cumprirem a orientação do comando da sigla, ficará a mensagem de que a união dos petistas em torno da defesa do ex-presidente tem alcance limitado. E Lula ganharia um presente de grego no dia do seu aniversário de 75 anos.