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Rogéria Bolsonaro pode ser vice de Crivella na eleição municipal do Rio

Juliana Dal Piva e Bernardo Mello / O GLOBO

 

ROGERIA BOLSONA EX DO BOZO

 

RIO — Após a filiação de três membros da família Bolsonaro ao partido do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, integrantes do Republicanos discutem a possibilidade de que Rogéria, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, ocupe a vaga de vice na chapa que disputará a reeleição este ano. Rogéria, que se separou do presidente no início dos anos 2000, é mãe do senador Flávio Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, ambos recém-filiados ao partido de Crivella, e também do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

 

Nos bastidores, aliados do prefeito contam que Rogéria Bolsonaro se filiou ao partido de Crivella com intenção de disputar uma cadeira na Câmara dos Vereadores, mas a vaga de vice será indicada pelo grupo que quer formar o partido Aliança pelo Brasil — que se filiou ao Republicanos enquanto a nova legenda não é homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A possibilidade de Rogéria ocupar o posto de candidata a vice também se encaixaria nos planos da família Bolsonaro — já que Carlos, o filho 02 de Bolsonaro, deve entrar na briga pela reeleição como vereador.

 

— É a família quem vai decidir. Ela é um bom nome. Tem experiência na política — afirmou um integrante do Republicanos.

Rogéria, que já foi vereadora por dois mandatos e deixou a Câmara Municipal em 2001, após ter se separado de Bolsonaro, planeja retomar a carreira política. Na ocasião, ela perdeu a eleição e Carlos obteve seu primeiro mandato como vereador, aos 17 anos. O período eleitoral foi conturbado, já que Bolsonaro incentivou a candidatura do filho justamente em função de ter se separado de Rogéria no período no qual passou a viver com Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda mulher.

Depois de 2001, Rogéria não disputou outros cargos públicos, mas era filiada ao PSL até março deste ano. Segundo integrantes do PSL, ela começou a negociar a ida ao Republicanos após perceber que o Aliança não poderia disputar as eleições. Já Carlos Bolsonaro deixou o PSC, partido do governador Wilson Witzel, que se tornou desafeto da família Bolsonaro. Nos últimos tempos, como os filhos, Rogéria intensificou suas postagens nas redes sociais e até participou de carreata com deputados bolsonaristas criticando o isolamento social decretado pelo governo do Rio durante a pandemia de coronavírus.

A ida do clã Bolsonaro para o Republicanos foi costurada a partir do secretário municipal de Ordem Pública de Crivella, Gutemberg Fonseca. A ideia é que o Republicanos abrisse espaço para quem saiu do PSL disputar as eleições municipais em todo o país. O próprio Gutemberg, que tem boa relação com a família Bolsonaro, também se tornou um nome cogitado para ser vice de Crivella nas discussões internas do Republicanos.

— Vai ser uma escolha do pessoal que era do Aliança. A ideia é essa — explicou um aliado de Crivella.

Parte do grupo que assessora o prefeito conta que a escolha do vice deve ficar para a segunda quinzena de maio. Parlamentares ligados ao presidente Jair Bolsonaro, como o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) e a deputada estadual Alana Passos (PSL), chegaram a ser cogitados para a vaga. Helio e Alana, no entanto, acabaram descartados porque não conseguiram deixar o PSL, partido abandonado por Bolsonaro no fim de 2019 para fundar o Aliança.

Com o ingresso de Carlos, que trouxe consigo seu colega de Câmara Municipal Leandro Lyra, ex-filiado ao Novo, o Republicanos passou a ter seis vereadores que brigam por reeleição no Rio. A nominata inchada da legenda tem gerado preocupação no partido, embora um aliado de Crivella calcule que é possível eleger cerca de dez vereadores tendo Carlos como puxador de votos. O filho “02” de Bolsonaro foi o vereador mais votado do Rio em 2016, com mais de 106 mil votos.

 

 

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