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Em Salvador, Lula defende que PT não precisa fazer autocrítica

SÃO PAULO — No início de uma série de viagens pelo Nordeste após deixar a cadeia , o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira que o Partido dos Trabalhadores (PT) não precisa fazer autocrítica e que "não vai se encolher". Dirigindo-se a Haddad, Lula lembrou que o candidato à Presidência pelo PT em 2018 ( depois que Lula teve sua inegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral ) "apanhou que nem cachorro pequeno", porque, segundo ele, "o problema deles é o PT".

 

— Vocês já viram alguém pedir para FH fazer autocrítica? (...) Quem quiser que o PT faça autocrítica, que faça a crítica você. Quem é oposição que critica, ela existe para isso (...]) Na dúvida, a gente defende o nosso companheiro.

O ex-presidente também rebateu as críticas de Ciro Gomes e disse que o partido "não vai se encolher". Lula participou em Salvador de uma reunião da Executiva Nacional da legenda e citou o ex-ministro poucos dias depois de ele ter acusado o ex-presidente de insistir em "farsa" de candidatura e tentar enganar o povo .

— Não quero ficar polemizando com o Ciro. Ele foi leal comigo no governo, tive uma boa relação com o Ciro. Agora, dizer que o PT deveria ter saído (das eleições do ano passado) para apoiar ele... Você acha que o Bahia vai jogar com o Vitória e amolecer? Não podemos aceitar que tentem nos diminuir — afirmou. — O partido não vai se encolher.

Lula discursou durante mais de uma hora para militantes do partido, ao lado da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman, e do ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad. Falou depois de Gleisi, Haddad e do governador da Bahia, Rui Costa (PT), com quem já havia se encontrado na quarta-feira à noite, ao lado dos também governadores petistas Wellington Dias (PI) e Fátima Bezerra (RN). O senador Jaques Wagner (PT-BA) também recebeu Lula na capital baiana.

Lula disse que o PT estará nas eleições de 2022, e ele também, mesmo que seja em apoio a Haddad.

— Eu posso subir a rampa em 2022 levando o Haddad, levando os outros companheiros. Mas o PT tem que ter em conta que o partido só cresce se ele disputa. O PT não nasceu para ser partido de apoio.

Lula disse ainda que o partido polarizou todas as eleições presidenciais desde 1989 e que fará o mesmo em 2022.

— Se o PT tiver um candidato à altura, o PT vai polarizar.

Sobre as eleições locais do ano que vem, defendeu " a necessidade de lançar candidato a prefeito em todas as cidades".

— Não tenho nenhum interesse em voltar para a cadeia — concluiu Lula, voltando a dizer que pretende se casar e que já pensou em se mudar para o Nordeste.

O ex-presidente reforçou as críticas à Lava-Jato, o que tem feito desde sua soltura , na última sexta-feira, beneficiado por um novo entendimento do STF. Criticou também o Ministério Público e disse que, embora respeite a instituição, os procuradores "pertencem a uma casta cujo único grande trabalho foi prestar um concurso". Também criticou a reforma tributária:

— Eles falam em reforma tributária e não pensam em taxar os ricos? O governo Bolsonaro quer taxar até o seguro desemprego — afirmou.

Desde o tempo em que comandava o país, o ex-presidente tem os seus melhores índices de aprovação entre os eleitores nordestinos. A região foi a única na eleição do ano passado em que Bolsonaro perdeu para Haddad. O GLOBO

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