Bolsonaro diz que não enviará propostas ao Congresso antes de discuti-las com parlamentares
Por Laís Lis, G1 — Brasília
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou em entrevista divulgada neste domingo nas redes sociais do candidato que, se eleito, só apresentará propostas ao Congresso depois de discuti-las previamente com os parlamentares.
Segundo ele, assim que nomear os ministros do governo, vai apresentar um pacote de medidas ao Congresso e muitas dessas medidas já terão sido discutidas com deputados e senadores.
“Não vamos apresentar nada sem conversar com os parlamentares. Pretendo ter a certeza de que essas propostas vão ser aprovadas de forma racional pelos parlamentares”, disse Bolsonaro na entrevista, concedida à Band.
Ao ser questionado sobre quais seriam as primeiras medidas, Bolsonaro citou propostas para dar "segurança jurídica" a produtores rurais com relação à demarcação de terras e à reintegração de posse de terra invadida. Ele também pretende tipificar como "terrorismo" eventuais invasões do Movimento dos Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Bolsonaro afirmou que, se o Congresso Nacional der respaldo jurídico, pode colocar integrantes das Forças Armadas no patrulhamento de rotina nas cidades. Para Bolsonaro, um soldado não pode ser punido se matar alguém durante confronto com criminosos.
“Estamos em guerra, ninguém nega isso, e se estamos em guerra devemos nos comportar como soldados em combate. O militar entrando em operação, o lado do inimigo, aquele que porta arma de guerra, caso venha a ser abatido, o nosso soldado deve ser condecorado e não processado”, disse.
O presidenciável disse que o emprego das Forças Armadas para o patrulhamento de rotina em qualquer, exigiria antes uma avaliação do ministro da Defesa e do governador.
Bolsonaro afirmou ainda que pretende cortar pela metade o número de funcionários comissionados na administração federal. Na semana passada, o deputado federal Onyx Lorenzoni, cotado para ser ministro da Casa Civil de Bolsonaro, afirmou que extinguiria 20 mil cargos comissionados no primeiro dia do mandato.