TSE suspende propaganda do PT que associa Bolsonaro à tortura
BRASÍLIA — O ministro Luis Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu, neste sábado, a exibição de uma propaganda eleitoral do PT que associa o candidato Jair Bolsonaro (PSL)a práticas de tortura e a outras práticas de violência. O ministro atendeu pedido da defesa de candidato do PSL. Os advogados do partido alegaram que a propaganda “incute medo na população ao sugerir que se o candidato Jair Bolsonaro for eleito vai perseguir e torturar eventuais opositores políticos”.
A candidatura de Bolsonaro também disse ao TSE que seus eleitores foram apresentados como violentos, e afirmou que a propaganda de Fernando Haddad acirrava os ânimos da população.
O programa suspenso incluiu trechos do filme “Batismo de Sangue”, que reproduzem torturas aplicadas a presos durante a ditadura militar, e mostrou uma entrevista dada por Bolsonaro em 1999 na qual o candidato diz ser favorável à tortura. A propaganda petista apresenta ainda o coronel Brilhante Ustra como ídolo de Bolsonaro.
A propaganda do PT afirma ainda que “seguidores” de Bolsonaro “espalham o terror pelo Brasil”, “perseguem” e “agridem”, citando o caso assassinato em Salvador do mestre de capoeira Moa do Katendê.
O ministro do TSE afirmou que a propaganda de Haddad “ultrapassou os limites da razoabilidade e infringiu a legislação eleitoral”.
“A distopia simulada na propaganda, considerando o cenário conflituoso de polarização e extremismos observado no momento político atual, pode criar, na opinião pública, estados passionais com potencial para incitar comportamentos violentos”, acrescentou Salomão, na decisão que suspendeu a propaganda.