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PSDB já discute os efeitos do fiasco de Alckmin

Caciques do PSDB já debatem internamente os efeitos políticos de um eventual insucesso de Geraldo Alckmin na corrida presidencial de 2018. Em respeito ao candidato, os tucanos se esforçam para ocultar o desânimo. No debate interno, porém, o grosso do partido já jogou a toalha, admitiram três integrantes da cúpula do tucanato em conversas com o blog. Na expressão de um deles, a sexta derrota nacional deve “estilhaçar” a legenda.

O primeiro efeito prático do provável fracasso de Alckmin será uma divisão quanto ao posicionamento do partido no segundo turno. Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso sinalizou que, numa eventual disputa entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, não hesitaria em apoiar o petista. Mas essa posição não é consensual. Longe disso.

Lideranças como o senador cearense Tasso Jereissati também declaram, em privado, que jamais apoiariam Bolsonaro. Contudo, ainda não amadureceram a ideia de optar pelo apoio ao adversário do capitão, sobretudo se for confirmada a passagem de Haddad para o segundo turno. Como de hábito, um pedaço do PSDB flerta novamente com o muro.

Os tucanos receiam sair da campanha de 2018 mais irrelevantes do que entraram. Prevêem um encolhimento do partido. “Podemos sair dessa eleição com um tamanho minúsculo”, disse um grão-tucano ao blog. “A essa altura, não é absurda a hipótese de o Alckmin fazer menos de 10% dos votos. Será um resultado vexatório.”

Afora o risco de encolhimento das bancadas do partido nos legislativos estaduais e no Congresso, os tucanos estão assustados com o desempenho pífio de Alckmin em São Paulo, berço do PSDB, Estado que o partido governo como força hegemônica há duas décadas.

“Perder para o Bolsonaro num Estado que o próprio Alckmin governou quatro vezes é quase uma humilhação”, declarou um dos tucanos que toparam conversar reservadamente. Na sucessão de 2014, graças sobretudo ao prestígio político atribuído a Alckmin, Aécio Neves prevaleceu sobre Dilma Rousseff em São Paulo com cerca de 7 milhões de votos.

Em apenas quatro anos, o tucanato desceu da antessala do poder para o purgatório. Aécio sofreu uma derrota com fragrância de vitória. Amealhou 51 milhões de votos. Parecia fadado a eleger-se presidente na sucessão seguinte. Virou um colecionador de processos criminais.

Ao poupar Aécio de aborrecimentos partidários, o PSDB transformou o derretimento mortal do seu filiado num processo de desmoralização do partido. A corrosão de Aécio, o prontuário de José Serra, as investigações contra o próprio Alckmin e a radioatividade de Michel Temer empurraram o PSDB para a vala comum da rejeição pública.

Na frigideira, parte do tucanato flerta até com a ideia de fundar uma nova legenda. No momento, é difícil distinguir o partido fundado em 1988 por Franco Montoro, Mario Covas e Fernando Henrique Cardoso de qualquer outra agremiação gelatinosa do espectro partidário.

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