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Com trilha, cachoeira e fondue, Serra do Baturité se acha Suíça cearense

Anna Rangel / FOLHA DE SP
SERRA DO BATURITÉ (CE)

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A temperatura média de 21°C e o sol que não arde na pele desafiam a expectativa do turista que chega à Serra do Baturité (a 107 quilômetros de Fortaleza), destino de inverno de um Ceará que é mais conhecido pelo calor e pelas praias.

Na baixa temporada, quando até locais célebres como a Rota das Falésias, no leste do estado, estão mais vazios mesmo sob um sol de 30°C, é possível combinar o roteiro clássico à beira-mar com uma esticadinha à Suíça cearense.

A impressão é que você está em alguma cidadezinha na serra da Mantiqueira, como a paulista Santo Antônio do Pinhal ou Gonçalves, no sul de Minas Gerais. Em vez das araucárias, bananeiras e visgueiros dominam a paisagem.

As cidades do maciço do Baturité reúnem os principais atributos de um destino de inverno: trilhas, cachoeiras, chocolatarias, restaurantes alemães, italianos e de fondue.

São 12 municípios, quatro deles conhecidos por integrar a Rota Verde do Café, que celebra a cultura do grão, antigo carro-chefe da economia local: Guaramiranga, Pacoti e Mulungu, a cerca de 750 metros de altitude, semelhante à da capital paulista, e Baturité, a 135 metros.

No final do século 19, cerca de 2% da produção de café brasileira saía da serra cearense. As primeiras mudas chegaram em 1824, do Pará.

Hoje, as principais fazendas produzem apenas pequenos lotes, vendidos aos turistas após os passeios.
O café de sombra, especialidade da região, é assim chamado por ser plantado sob a ingazeira, árvore de copa frondosa que atrai brocas e outras pragas e as mantêm longe dos grãos. 

No Sítio Águas Finas, em Guaramiranga (rodovia CE-356, s/n; tel. 85 98898-3233), é possível agendar um passeio pelos cafezais às 10h, 12h e 14h todos os dias, por R$ 25. 

Francisco Uchôa, 72, representante da terceira geração da família à frente da fazenda, é quem mostra o plantio, a secagem e moagem dos grãos, vendidos já moídos a R$ 40 o quilo ou inteiros, a R$ 50.

A próxima parada é o Sítio São Luís (rodovia CE-253, s/n, tel. (85 98729-0099 ou 99622-6029) na charmosa cidade vizinha de Pacoti, a seis quilômetros de Guaramiranga

A propriedade da família Góes, cercada por mata secundária, tem ao menos 150 anos e recebe turistas para uma visita guiada (R$ 35 por pessoa) que termina à mesa.

Além do café, Cláudia Góes e suas filhas, Renata e Laura, servem pão, geleia, ricota e um bolo de café, receita antiga da família —tudo feito ali mesmo, na cozinha do sítio.

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Colheita do café na Fanzenda Uchoa, na cidade de Guaramiranga, no interior do estado do Ceará - Eduardo Anizelli/ Folhapress

Para animar o ambiente, a matriarca seleciona seus boleros cubanos favoritos em discos de vinil. “Como moramos aqui, nós mesmos recebemos cada pessoa. A experiência é a de uma casa de avó, cheia de histórias da família e da região”, diz Laura.

As cachoeiras, um dos principais atrativos da serra, ficam dentro de propriedades privadas. É preciso contratar um guia  para visitá-las e pagar uma taxa de preservação, que fica entre R$ 3 e R$ 5.

O melhor momento para visitar o maciço de Baturité é durante a estação chuvosa, de janeiro a junho, quando as cachoeiras estão bem cheias. A partir de setembro as quedas d’água ficam mais secas.
Antes de viajar, vale consultar as redes sociais da Prefeitura de Guaramiranga (goo.gl/tRfHNP), que disponibilizam o contato dos guias.

Uma das cascatas favoritas dos conhecedores é a do Cipó, em Baturité, com 30 metros de altura e acessível depois de uma trilha de 1,5 quilômetro um pouco exigente, conta Aline Oliveira, guia de turismo da cidade.

Quem tem bom condicionamento físico pode explorar a cachoeira Sítio São Paulo, na divisa entre Pacoti, Baturité e Guaramiranga. A trilha até ela tem 14 quilômetros —dez deles a pé, num percurso com subidas e descidas que leva uma hora e meia.

Já o turista que quer se refrescar sem grandes sacrifícios pode apostar na queda d’água do Perigo, a oito quilômetros do centro de Guaramiranga. A trilha leva dez minutos.

De volta à cidade, a pedida é conhecer a feira de artesanato, que funciona aos fins de semana na praça do Teatro Rachel de Queiroz (rua Joaquim Alves Nogueira, 696).

O centro de Guaramiranga ganha vida a partir de quinta-feira, quando a maioria dos turistas chega à cidade. Durante o resto da semana, boa parte das lojas fica fechada.

Por ali, o viajante pode experimentar a cozinha alemã do Hofbräuhaus (rua Joaquim Alves Nogueira, 538), com marreco recheado, purê de batata e repolho roxo (R$ 83), ou o spaghetti ao pesto com camarão (R$ 55) do Manjericão (estrada do Sítio Suzana, s/n), misto de restaurante, pousada e pesqueiro.

A única desvantagem de visitar a Serra do Baturité no meio do ano é perder o evento mais famoso de Guaramiranga, o Festival Jazz e Blues, que já recebeu João Donato e Hermeto Pascoal. Acontece na alta temporada —sempre durante o Carnaval.

INVERNO NO LITORAL TEM MENOS CHUVA E PRAIAS MAIS VAZIAS 

Com o fim da estação chuvosa, de março a maio, média de 26°C e praias mais vazias, o inverno é uma boa época para visitar Canoa Quebrada, em Aracati (a 162 quilômetros de Fortaleza) e outras praias da Rota das Falésias, que se estende por oito cidades e 215 quilômetros no litoral leste do Ceará.

Via Fortaleza, o trajeto é feito pela rodovia CE-040, que ganhou o apelido de Rota do Sol Nascente.
A estrada corta a restinga, pontuada por coqueiros e carnaubeiras. Mais perto do destino surgem cactos de palma, mandacarus e xique-xiques.

Chegando lá, o turista mais animado pode passear de parapente (R$ 150) ou fazer uma aula de kitesurf (R$ 150/hora). O esquibunda sai por R$ 8, e a tirolesa, R$ 10. Nesta, a queda é de 300 metros do topo da duna e termina em uma das lagoas de água doce, resultado da mistura de água da chuva com lençóis freáticos. 

O esquibunda e a tirolesa acontecem durante o passeio de buggy (R$ 180 para três pessoas, R$ 240 para quatro).

Em Canoa Quebrada, vale almoçar com vista para o mar. Experimente especialidades locais como a lagosta, com salada, arroz branco e batata frita (R$ 130, para dois) ou a moqueca de arraia (R$ 34), com caipirinha (R$ 5), cerveja (R$ 8) ou água de coco (R$ 4).

O buggy volta à cena na hora de visitar as falésias da região, que batem em 30 metros (ou um prédio de dez andares).

Encare os 83 quilômetros (via CE-040) que separam Canoa da Praia das Fontes, já na cidade de Beberibe, para percorrer de buggy pela praia os 13,5 quilômetros até Morro Branco, cheios de falésias.

O pôr do sol ali é uma atração, mas lembre-se de que a temperatura cai bastante assim que começa a escurecer. 

De volta à Canoa Quebrada, termine a noite em um dos bares ou restaurantes da Broadway, rua fechada para carros que concentra boa parte do comércio local. 

Na baixa temporada, o fervo por ali é menor que no verão —os bares descem as portas entre uma e duas da manhã. 

A jornalista viajou a convite da Secretaria de Turismo do Ceará


PACOTES

R$ 561 
4 noites em Fortaleza, na New Age (newage.tur.br
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui traslados e seguro-viagem. Sem aéreo

R$ 1.024 
7 noites em Canoa Quebrada, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Valor por pessoa, para saída em 20 de outubro. Inclui café da manhã e passagem aérea a partir de São Paulo. Sem passeios

R$ 1.123 
6 noites em Fortaleza, na Maringá Lazer (maringalazer.com.br
Valor para saída em 26 de outubro. Inclui café da manhã, city tour, traslados e passagem aérea a partir do aeroporto de Guarulhos (SP)

R$ 1.192 
3 noites em Canoa Quebrada, na Top Brasil Turismo (topbrasiltur.com.br
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passagem aérea a partir de São Paulo. Sem passeios

R$ 1.418 
5 noites em Fortaleza, na CVC (cvc.com.br
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui passeios aos principais pontos da cidade, traslados de chegada e de saída e passagem aérea a partir de São Paulo

R$ 1.800 
7 noites em Fortaleza, na Venice Turismo (veniceturismo.com.br
Hospedagem em quarto duplo, com café da manhã. Inclui traslados e passagem aérea. Sem passeios

R$ 2.220 
4 noites em Morro Branco, na Schultz (schultz.com.br
Hospedagem em quarto duplo, no sistema all-inclusive. Inclui passagem aérea. Sem passeios

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