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Energia eólica transforma a paisagem da Chapada do Araripe

O Nordeste é cheio de contrastes. A seca rigorosa castiga sem piedade a Caatinga. A vastidão árida revela um horizonte sem esperança. A enxada remexe a terra seca. Uma realidade que o sertanejo conhece bem. Mas os bons ventos sopraram, mudaram a paisagem da Chapada do Araripe. E trouxeram um futuro cheio de novas perspectivas. Abençoados são os ventos que produzem energia eólica nos sertões. As rajadas de ventos movem os aerogeradores e mudam a vida dos sertanejos, que enfrentam o 6º ano seguido de seca.

Mais de 500 torres com 80 metros de altura foram instaladas nas divisas de Pernambuco, Ceará e Piauí. Por ali, só a chegada dos operários e engenheiros durante a construção já causou euforia. As oportunidades surgiram. Dona Maria montou uma lanchonete e passou a vender refeições. Agora vai render um bom dinheiro. Dona Maria vai ganhar R$ 3.600 por mês com o arrendamento de parte do terreno onde foram instaladas duas torres. E não é só ela...


Claudivania é professora de uma escola da zona rural. Está desempregada há dois anos e ganhava R$ 1.400 mil por mês. Agora, com uma torre de energia eólica no terreno dela, ela vai ter um arrendamento de R$ 1.800 por mês. O Seu José Francisco já tinha desistido. Com 66 anos tem muitos problemas de saúde e estava pensando em se mudar. Mas agora com seis torres no seu terreno vai ter uma renda mensal de R$ 10 mil reais.

As torres do sertão já estão gerando o equivalente a 10% de Itaipu, a maior hidroelétrica do país. É uma energia verde, que não causa impacto no meio ambiente. Mas para os engenheiros do projeto, o vento também levou para longe um passado de sofrimento.

O roteiro do Globo Repórter pelos sertões continua em busca do desconhecido. Os acessos são poucos. Estradas improvisadas e obstáculos do caminho. A equipe do chega no Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, uma área de 750 mil hectares no Sul do Piauí que nunca foi aberto para visitação. A caminhada pela mata acompanha os afluentes do rio Parnaíba. A vegetação fechada não deixa ver, mas dá para escutar o barulho das águas. É tudo tão bonito que até o cansaço é esquecido. Todo esforço é recompensado pela beleza de uma maravilha escondida: é a cachoeira do Sussuapa. Ela é totalmente desconhecida e fica no meio da mata. Mais uma beleza natural de um Nordeste oculto que o Globo Repórte acaba de descobrir.

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