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Exposto, Maia decide recolher armas no momento em que Temer age para mostrar força política

POR PAINEL / FOLHA DE SP

Hora de calar Exposto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu recolher as armas. O democrata avisou a aliados que falará menos. Quer evitar “interpretações equivocadas”. Tomou a decisão depois que relatos de suas previsões sobre o fim do governo foram noticiados. Faz o gesto no mesmo momento em que Michel Temer age para dar mostras de força política. A aprovação da reforma trabalhista será apresentada como prova de que ele tem condições de tocar uma agenda para o país.

Petit comité Temer estava com um grupo de deputados governistas em seu gabinete quando foi avisado de que o Senado finalmente havia votado a reforma. Demonstrou surpresa ao saber do placar (50 votos a 26). “Foi um número maior do que o esperado”, disse.

Fôlego Da tropa de choque do presidente na Câmara, Carlos Marun (PMDB-MS) resumiu o espírito: “A aprovação da reforma mostra que nasceu uma nova onda. É nela que vamos surfar até 2018”. Na mesma linha, o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que o grupo “cresceu com a adversidade”.

Estamos juntos Cerca de 50 deputados do PMDB foram a almoço promovido pelo vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG). “Vamos enfrentar a denúncia não só pelo Michel, mas pela política”, disse. Ele estima que o presidente tenha mais de 250 votos hoje.

Nem tanto ao mar Apesar dos gestos a Temer, Rodrigo Maia deixou claro que não há possibilidade de abrir a sessão de votação da denúncia contra o presidente com menos de 342 deputados na Casa. A aliados, afirmou que “é melhor o governo saber que precisa mobilizar”.


Ou morte! Para fugir do turbilhão, Maia decidiu dedicar tempo a temas amenos. Obteve sinal verde dos Correios para a elaboração de selos em homenagem aos 200 anos da chegada da imperatriz Leopoldina ao Brasil. A Câmara vai fazer uma exposição sobre ela, peça-chave para a declaração de independência.

Entendido Presidente da Comissão do Código de Processo Penal da Câmara, o deputado Danilo Forte (PSB-CE) pediu a Antônio Claudio Mariz de Oliveira, advogado de Michel Temer, que elabore proposta de regulamentação das delações premiadas e das conduções coercitivas.

Timing Forte quer incorporar a tese de Mariz ao relatório final sobre o novo código. O deputado falou com o criminalista na segunda (10), quando ele foi à CCJ apresentar a defesa de Temer na denúncia que nasceu da delação de Joesley Batista.

Cala e consente Como o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não quer rever decisão que autoriza mais 170 deputados a discursar sobre a denúncia contra Temer, a base do governo resolveu não falar na comissão. Quer encurtar as discussões e levar logo o tema ao plenário da Câmara.

Quem chamou? Na reunião da cúpula do PSDB no Palácio dos Bandeirantes, na segunda (11), um tucano questionou de maneira discreta a presença do prefeito de São Paulo, João Doria.

Cortante Os que participaram do encontro relataram que o clima foi tenso e desconfortável durante as quase quatro horas de conversa. Geraldo Alckmin falou por último e foi o menos incisivo.

Paz Em reunião com a bancada do partido na Câmara, o líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), fez um apelo por unidade. Criticado por atuar como porta-voz da ala que defende o desembarque do governo, iniciou a fala reconhecendo divisão interna.

Visita à Folha Altair Rossato, presidente da Deloitte Brasil, visitou a Folha nesta terça-feira (11). Estava acompanhado de Renato Souza, diretor de comunicação e marca, e Carlos Brazil, assessor de imprensa.


TIROTEIO

Devido à completa ausência de provas no processo, não há outra decisão possível para Sergio Moro que não a absolvição de Lula.

DO SENADOR LINDBERGH FARIAS (PT-RJ), a respeito da expectativa em torno da sentença que o juiz deverá proferir em breve sobre Lula e o tríplex.


CONTRAPONTO

Crônica de um naufrágio anunciado

Após a tumultuada sessão da CCJ em que Sergio Zveiter (PMDB-RJ) leu seu parecer pela admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer, os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), líder da tropa governista na Câmara, e Wadih Damous (PT-RJ) foram escalados para debater o tema ao vivo na TV Câmara.

Quando a repórter avisou que entrariam no ar, um celular disparou, a todo volume, ao som de “My Heart Will Go On”, de Céline Dion, arrancando gargalhadas.

Marun apenas balançou a cabeça, resignado. É que a canção, lançada há 20 anos, tornou-se um sucesso mundial como tema principal do filme “Titanic”.

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