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PT busca sobrevivência de forma errática

Posto para fora do governo, derrotado nas eleições municipais e bastante enrolado com denúncias, o PT parece não saber que rumo tomar para sair da crise sem precedentes em que mergulhou. Não falo nem para voltar ao topo. O que aparentemente está em jogo é a própria sobrevivência do partido como força política minimamente relevante. A confusão se dá nos vários níveis.

Em Brasília, a tendência da bancada do PT é apoiar os candidatos de Michel Temer (PMDB) para as presidências da Câmara e do Senado. É inacreditável. Os petistas denunciam terem sido vítimas de um golpe que foi consumado há pouco mais de cinco meses. Ato esse que teve como protagonistas PMDB, PSDB e DEM. O primeiro caminha para ter apoio petista para presidir o Senado e o último, para comandar a Câmara. O segundo terá forte presença em ambas as casas.

É preciso muito sangue de barata — para não dizer desfaçatez, descaramento — para apoiar a quem se acusa aos quatro cantos ter praticado golpe contra você. E não um golpe que teria sido cometido há 50 anos. Foi há meses que se pode contar nos dedos da mão. E acordo não para um carguinho qualquer, mas para as presidências das casas do Poder Legislativo. Para definir, hoje, o primeiro e o segundo homem da linha sucessória da Presidência da República.

Razão tem o Ciro Gomes (PDT), em sua manifestação sobre o assunto: “Se isso acontecer na Câmara, especialmente, ou no Senado, terá sido porque de fato o PT não aprendeu nada com toda a grande tragédia que aconteceu com ele”. E acrescentou: “Como é que pode o PT, sendo o partido que foi golpeado, que denunciou para o País e para o mundo que o País experimentou um golpe, trocar o compromisso com o futuro por meia dúzia de carguinhos irrelevantes?”.

Nem todos os petistas concordam com o acordo. Alguns ensaiam movimento para que o partido não embarque nessa aliança. Na Câmara, por exemplo, defendem apoio ao cearense André Figueiredo (PDT). Porém, esses aí hoje são minoria.

Da Coluna Política, no O POVO desta sexta-feira, pelo jornalista Érico Firmo:

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