Busque abaixo o que você precisa!

Mossoró: demora na recaptura dos prisioneiros vai desgastando a imagem do governo

Por Míriam Leitão / O GLOBO

 

 

A fuga dos dois criminosos do penitenciária federal de Mossoró não pode ser colocada na conta do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, porque a ação foi planejada com antecedência, aproveitando alguma falha que já estava instalada no sistema e que não foi percebida. Ele assumiu há 15 dias.

 

Mas daqui para diante tudo corre na conta dele. No primeiro momento, o titular da pasta divulgou uma nota e recebeu críticas. Ontem, ele fez um comunicado e conversou com a imprensa, anunciou ordens importantes como o afastamento da atual direção e a nomeação do interventor.

 

No entanto, as explicações para a dinâmica até agora são insatisfatórias e revelam a fraqueza do sistema de segurança. Também não se pode dizer que as circunstâncias facilitaram a fuga como a obra que ocorria no local ou o Carnaval ("as pessoas estavam mais relaxadas", disse ele). Nada disso explica. É preciso ser implacável e não tentar encontrar atenuantes.

 

A demora de recaptura dos dois prisioneiros é ruim e vai desgastando a imagem do próprio governo e, naturalmente, sendo usado pela oposição. Os políticos mais ligados à extrema-direita que estavam nas cordas com tudo o que foi revelado da conspiração golpista de Bolsonaro agora aproveitam o caso para fazer uma crítica oportunista ao governo. Faz parte do jogo político.

 

As prisões federais de segurança máxima foram instaladas pelo presidente Lula em seus primeiros mandatos, e ele tem toda a condição de fortalecê-las. A criação desse sistema foi e é um sinal importante de que, apesar de a segurança ser assunto de atribuição constitucional dos estados, o governo federal não pode se omitir.

Compartilhar Conteúdo

444