A centralidade do STF na política brasileira vem aumentando muito nos últimos anos e o Tribunal passou a ser um player fundamental no jogo político, inclusive porque assumiu este papel em muitas ocasiões. Não só pelas decisões tomadas, monocráticas principalmente, mas também por entrevistas, depoimentos de ministros fora dos autos. Hoje é procurado pelo Executivo, e Lula tenta uma aproximação para contrabalançar a pressão do Congresso. Há vários componentes que fazem com que o STF tenha se tornado, em vez de uma busca, de uma fonte de soluções, mais uma interferência política que complica a situação. Bolsonaristas se aproveitam disso para tentar desmoralizar o STF, que foi o alvo de Bolsonaro durante os quatro anos de governo.

E em resposta a isso, o STF se fechou em um corporativismo às vezes inexplicável, passando a atuar de maneira política. Isso não dá certo, em algum momento terá que ser resolvido. Não é papel dele ser uma parte do problema.

É o último a errar e tem que ter a capacidade de se distanciar e tomar a melhor decisão em consonância com a Constituição. Vamos ver o que irá acontecer no dia 25, mas a manifestação é evidentemente uma tentativa de Bolsonaro de pressionar o STF, com a massa de apoiadores que ele espera seja robusta o suficiente para protegê-lo. Não creio que vá dar certo, mas é mais uma jogada política dele.