Por Julia Noia — Rio de Janeiro / O GLOBO

Em tom leve e amistoso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerra as agendas no Rio ao lado prefeito Eduardo Paes (PSD) no Complexo do Alemão, onde anunciaram a cessão de terreno para criação de um instituto federal. O evento, pouco antes do petista embarcar para Belo Horizonte (MG), teve brincadeiras de Paes com primeira-dama Janja da Silva, e ministros com boné com a sigla CPX, em referência a "Complexo do Alemão".

— Aqui, eu não preciso nem fazer esforço nenhum para termos investimentos no Alemão. Eu vejo a Janja ali só no ouvidinho do presidente falando: "Alemão, Alemão, Alemão" — brincou Paes. — A Janja atazanou o Lula e falei que tenho um prédio para doar para o governo federal.

Assim como no primeiro evento realizado nesta quarta-feira, Lula levou ao palanque os ministros Camilo Santana (Educação), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral). Os aliados do ex-presidente e Janja colocaram bonés com a logo CPX.

Sentada ao lado de Paes na agenda, Anielle se referiu ao prefeito como "o mais fanfarrão de todos" durante o evento. O nome da ministra é encampado pela primeira-dama para compor a vice de Paes na disputa deste ano, pelo PT.

Nesta quarta, Lula voltou ao complexo de favelas dois anos depois do último evento na região, durante a campanha de 2022. Na ocasião, o uso do boné com a sigla CPX gerou grande repercussão. Bolsonaristas acusaram o PT de ligação com o crime organizado.

No local, o petista falou da importância de inaugurar um instituto federal de ensino no local — a obra deve ser entregue em 2025.

— Hoje, não foi um capitão da Polícia Militar que veio no Alemão anunciar um número de mortos em operação. Hoje, quem veio ao Complexo do Alemão foi a educação. Esse foi o dia da educação no Complexo do Alemão — discursou o presidente. .