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Cuidado com a dengue

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Ciência e estatísticas são bons conselheiros em políticas públicas. Com elas, é possível criar estratégias eficientes e se antecipar a problemas. A dengue é um deles.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as taxas da doença se multiplicaram por oito em todo o mundo desde o ano 2000 devido a três fatores: mudanças climáticas, aumento de circulação de pessoas e urbanização crescente.

Com o fenômeno meteorológico El Niño e o aquecimento global, a OMS emitiu alerta para alta de casos em 2023 na América Latina e na Ásia e disparada nos próximos anos no sul dos EUA e da Europa e em novas regiões da África.

No Brasil, desde 2000, o número de casos só cresce, passando de 4,5 milhões na primeira década do século para 9,5 milhões na seguinte. Só o primeiro semestre deste ano já registra 1,4 milhão de casos, ante 1,5 milhão em todo 2022.

Ainda mais preocupante, foram registrados 8 casos do sorotipo 3 neste ano —4 deles neste mês em São Paulo. O vírus da dengue tem 4 sorotipos e o 3 não causa epidemias aqui há mais de 15 anos.

O problema é que o indivíduo só fica imunizado para o tipo que já contraiu. Quando é contaminado por um novo, pode desenvolver sintomas mais graves que levam à hospitalização e até à morte. Se a população está há muito tempo sem contato com o tipo 3, há risco de epidemia severa em 2024.

A vacina japonesa Qdenga age contra os 4 sorotipos e foi aprovada para venda no país pela Anvisa em março, mas com preços que variam entre R$ 300 e R$ 800. Atualmente, está presa num labirinto burocrático para chegar ao SUS.

A pasta da Saúde diz aguardar informação da empresa Takeda para concluir o processo, mas até 8 de novembro a farmacêutica afirmava não ter recebido solicitação.

Após receber os dados, a comissão responsável pela introdução de novas drogas no SUS ainda tem 180 dias para deliberar.

Em março, o ministério anunciou a instalação de um Centro de Operações de Emergências de Arboviroses para controle e redução de casos graves e óbitos em parceria com estados e municípios.

A medida é válida, mas é preciso agilizar a incorporação da vacina no SUS. Não se trata de panaceia, mas de uma das frentes de combate à doença preconizadas pela OMS —ao lado de monitoramento de casos, incremento da estrutura das redes de saúde e universalização do saneamento básico.

 

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