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PT engole sapos e Lula cede ao 'imperador' Lira

JOSIAS DE SOUZA / UOL
 
Há duas palavras que abrem muitas portas em Brasília: puxe e empurre. Quando quer acertar seus negócios, Arthur Lira convida o interlocutor a puxar a maçaneta. Quando se julga desatendo nos seus interesses, o chefão da Câmara empurra as portas do Poder. Na segunda-feira, Lira chutou, por assim dizer, a porta de Lula. Apenas 72 horas depois, dividiu a mesa do jantar com o presidente da República, na noite passada. Insatisfeito com tudo, Lira obteve um pouco mais.
 
Há três dias, falando para empresários em São Paulo, Lira declarou que o governo Lula está sem rumo e não dispõe de votos para aprovar nada no Congresso. Lira insinuou que Lula não pode fazer o que bem entende, pois foi eleito raspando na trave, com pequena margem de votos, e precisa lidar com um Legislativo de perfil conservador. Gleisi Hoffmann e os mastins do PT engoliram os sapos de Lira em silêncio. Lula captou as mensagens.
 
O jantar desta quinta-feira foi servido na casa do chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Além do anfitrião foram à mesa os ministros Alexandre Padilha, da articulação política, e Rui Costa, da Casa Civil. No teatro de Brasília, Padilha é quem assina as faturas em nome de Lula. Rui Costa cuida dos pagamentos. Nomeia apaniguados e libera verbas..
 
Os participantes do jantar fazem segredo do cardápio. Mas é fácil intuir que, bem alimentado, o centrão de Lira tende a virar sob Lula um centrãozão. Na campanha, Lula chamou Lira de "imperador do Japão". Eleito, submete-se ao soberano do Legislativo sob o argumento de que não chegará à modernidade prometida sem fazer concessões ao império do atraso..

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