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PROGRAMA EDVAR XIMENES EDIÇÃO DO MÊS DE FEVEREIRO 2023

PROGRAMA EDVAR XIMENES EDIÇÃO DO MÊS DE FEVEREIRO 2023  

VALMIR PEREIRA/

OS DESTAQUES DO DIA

 

 

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ESTES OS PRINCIPAIS DESTAQUES QUE SERÃO NOTICIAS EM NOSSO PROGRAMA, QUE ESTÁ COMEÇANDO AQUI E AGORA NA SUA PETIGUARY AM 1340, ONDE VERDADEIRAMENTE SEU RÁDIO GOSTA DE FICAR, E PARA FICARMOS BEM JUNTINHOS DE VOCÊ CONTAMOS COM O BOM AMIGO SILVIO SOARES LÁ NOS TRANSMISSORES, AQUI NA MESA DE AÚDIO COMINGO A COMPETÊNCIA É DELE (SOARES MORENO), PRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO É DESTE AMIGO DE VOCÊS. JÁ SÃO: (DIZER AS HORAS) NA GRANDE MARACANAÚ, NESTA (TERÇA FEIRA) 28 DE FEVEREIRO ANO 2023.

ORAÇÃO DO DIA:

01 – ORAÇÃO DO RADIALISTA

02 – ORAÇÃO DO COMUNICADOR

03 – ORAÇÃO DO PAPA FRANCISCO (SÓ NA SEXTA FEIRA)

OBRIGADO SENHOR, PELO DIA QUE AMANHECE, PELO BEM QUE ME CERCA, PELA FÉ QUE ME FORTALECE E PELAS BÊNÇÃOS QUE ME CONCEDE TODOS OS DIAS. ABENÇOADO DIA A TODOS VOCES.

ROGANDO A DEUS QUE HOJE SEJA MELHOR DO QUE ONTEM E O AMANHÃ MELHOR DO QUE HOJE: VAMOS AO NOSSO COMENTÁRIO DO DIA MEU CARO / SOARES MORENO /WALMIR PEREIRA.

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O COMENTÁRIO DO DIA

DEFESA DA LIBERDADE, NÃO CABRESTO/ POR NOTAS & INFORMAÇÕES / O ESTADÃO

Na abertura da Conferência Internet for trust, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Paris, foi lida uma carta do presidente Lula da Silva defendendo a necessidade de a comunidade internacional encontrar modos adequados de regular as plataformas digitais. “Precisamos de equilíbrio”, disse, como meio de “garantir o exercício da liberdade de expressão individual, que é um direito humano fundamental”, e, ao mesmo tempo, assegurar “o direito de a sociedade receber informações confiáveis, e não a mentira e a desinformação.”

O tema das fake news preocupa o mundo inteiro. Os regimes democráticos são diariamente tensionados por parcelas expressivas da população submetidas à desinformação sobre questões econômicas, políticas, sociais e de saúde pública, o que interfere diretamente na confiança das pessoas sobre as instituições e na própria vida em sociedade. “Não podemos permitir que a integridade de nossas democracias seja afetada pelas decisões de alguns poucos atores que hoje controlam as plataformas”, disse Lula.

A liberdade de expressão foi sempre o grande meio de proteção da sociedade contra autoritarismos e manipulações. No entanto, o mundo aparentemente sem lei das plataformas digitais parece inverter agora os termos da questão. Sob pretexto de liberdade de expressão, alguns poucos difundem irresponsavelmente desinformação, distorcendo e manipulando o debate público para seus interesses liberticidas. E as plataformas, que lucram com essa prática abusiva, têm feito muito pouco para combatê-la.

Diante desse cenário, a comunidade internacional – com destaque, para a União Europeia – vem estudando caminhos e possibilidades de regulação. A conferência da Unesco é parte desse esforço.

O diagnóstico do desafio é evidente. Trata-se de construir um ambiente digital mais seguro e confiável, com uma responsabilização mais efetiva das partes envolvidas nos abusos – também das plataformas –, assegurando, ao mesmo tempo, as liberdades de expressão, de opinião e de imprensa. O que ainda não existe é um consenso sobre como fazer isso.

Segundo Lula, “o Brasil poderá contribuir de forma significativa para a construção de um ambiente digital mais justo e equilibrado, baseado em estruturas de governança transparentes e democráticas”. Certamente, o País tem todas as condições de participar ativamente no debate. A legislação nacional sobre internet é referência internacional de equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. Além disso, o uso das redes sociais por aqui é particularmente intenso, quando comparado com outros países. Ou seja, uma regulação adequada das plataformas digitais é de grande e imediato interesse público.

Mas, para que esse protagonismo brasileiro aconteça e, mais importante, possa contribuir de fato para uma internet mais livre, segura e confiável, é necessário que o tema da regulação das plataformas digitais não seja abocanhado pelo PT como mais um capítulo de sua tentativa de controle da imprensa e da comunicação social. Lula tem razão quando diz que o 8 de Janeiro “foi o ápice de uma campanha, iniciada muito antes, que usava, como munição, a mentira e a desinformação”. Mas é preciso admitir também que o PT é adepto contumaz de campanhas baseadas em mentiras e desinformação. Pior, sua pretensão de hegemonia política e social produz uma compreensão distorcida de liberdade de expressão. A verdade seria o que o partido dita.

A necessária regulação das plataformas digitais é pauta da sociedade, e não do governante do momento. É pauta de liberdade, e não pretexto para um partido político doutrinar ou impor sua versão dos fatos. O País sente a falta de uma adequada legislação a respeito das redes sociais. É muito oportuno, portanto, que o Executivo federal esteja atento ao tema e, no que lhe couber, promova estudos e debates, tendo sempre presente que o local próprio dessa discussão é o Congresso. Afinal, legislação, no regime democrático, é competência do Legislativo.

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CEARÁ EM DESTAQUE

CÂMARA FEDERAL

SENADO FEDERAL

CONGRESSO NACIONAL

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PODER EXECUTIVO

PODER JUDICIÁRIO

 

PROBLEMAS BRASILEIROS

O PAPEL DA OPOSIÇÃO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA

 

Por José Augusto Guilhon Albuquerque / PROFESSOR TITULAR DE CIÊNCIA POLÍTICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)

O ESTADÃO

A vitória eleitoral de Lula no segundo turno provocou, em parte, um alívio depois de quase quatro anos de desgoverno do ex-presidente Bolsonaro e, sobretudo, diante de um final de mandato sem governo nenhum. O alívio também proveio de uma expectativa de cumprimento do compromisso, assumido pelo novo presidente, de formar um governo de frente ampla, com participação relevante das lideranças e do eleitorado de centro, sem cujo voto Lula teria sido derrotado.

No que diz respeito ao seu compromisso com uma ampla frente de defesa da democracia, não creio que seja injusto afirmar que ele tem deixado muito a desejar. E, se fosse injusto, motivado por discordâncias morais ou ideológicas, não teríamos o direito democrático de discordar?

Infelizmente, o alívio por termos evitado as ameaças golpistas do ex-presidente – graças, repito, ao voto do eleitorado de centro – provocou no jornalismo brasileiro e em parte da opinião pública uma quase unanimidade nacional. Mas a unanimidade não é apenas burra, como queria Nelson Rodrigues, ela é inimiga da democracia representativa.

Não basta se intitular democracia, nem apenas permitir a existência de partidos políticos, apenas tolerados, mas sem relevância e sem garantia de fato de disputar o poder. Para Robert Dahl, a principal referência na teoria democrática, além da igualdade do direito de participação política, a democracia pressupõe a garantia da liberdade de oposição.

O pressuposto de que defender as instituições democráticas implica apoiar o governo Lula, abster-se de criticar seus erros, aceitar indiscriminadamente sua falta de empenho em estabelecer uma política econômica coerente, ou sua insistência em manter-se permanentemente em campanha e perpetuar a polarização, não se sustenta. O pressuposto correto é de que defender a democracia implica apoiar as instituições democráticas e avaliar o desempenho de seus responsáveis e, em caso de discordância, valer-se do direito de oposição.

A melhor maneira de contribuir positivamente para o bom desempenho de um governo do qual discordamos é fazer-lhe oposição, uma oposição programática, coerente em seus princípios e fiel ao Estado Democrático de Direito.

Minha primeira objeção ao atual presidente diz respeito a seu descaso quanto à principal prioridade de um governante, a de começar a governar com objetivos e projetos bem determinados, apoiado numa equipe governativa experiente, e com apoio de uma maioria congressual fiel e estável. Durante o mês de transição e no primeiro depois de empossado, Lula se distinguiu mais pelo que não fez do que por seus feitos em matéria de governo.

Empenhou-se em primeiro lugar em obter, a todo custo, apoio suficiente para livrar-se de qualquer âncora fiscal. A nova âncora, se levarmos em conta o princípio, por ele estabelecido, de que o equilíbrio fiscal é inimigo do povo, está fora de cogitações, uma vez que ficou postergada para o segundo semestre e seria atrelada à reforma tributária – a qual, por sua vez, poderia ser parcelada!

Como não é possível avaliar apenas o que não se fez, atenho-me, aqui, a iniciativas do governo Lula que considero arriscadas, para dizer o mínimo. Trata-se, por exemplo, das iniciativas de cerceamento da livre expressão de opiniões discordantes do governo com a criação de uma Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia em recente decreto da Advocacia-Geral da União (AGU), que, como sabemos, advoga supostamente em defesa da União, e não da “democracia”.

Entre os objetivos citados pelo novo advogado-geral da União, em seu discurso de posse, o novo órgão deverá combater informações inverídicas “com o objetivo de prejudicar a adequada execução de políticas públicas”. Desde quando manifestar opinião contra a execução de políticas públicas que não sejam aceitas por um grupo de interesse pode ser considerado ilegal?

Outra iniciativa – esta diretamente tomada por Lula – talvez seja a mais arriscada. Trata-se do que podemos chamar de reconversão da polarização: com o enfraquecimento da base congressual do bolsonarismo, torna-se cada vez menos crível a iminência de um golpe capitaneado pelo ex-presidente. Isso parece tornar urgente, para o lulopetismo, encontrar outro polo a ser demonizado.

É o que se pode depreender dos ataques repetidos de Lula aos militares. Quaisquer que fossem as circunstâncias, seria fora de propósito o presidente da República tornar pública sua desconfiança de toda uma categoria de servidores do Estado. Dadas as circunstâncias, em que Bolsonaro e seu entourage militar ameaçaram constantemente desencadear um golpe de Estado com o apoio das Forças Armadas, trata-se de pura provocação.

Lula precisa entender rapidamente duas coisas: primeiro que, se ele deve ao eleitor de centro sua vitória eleitoral, ele deve à maioria legalista dos militares a recusa a cumprir os delírios ditatoriais do seu chefe supremo. Segundo, que seu principal dever é o de governar e, quanto mais adiar o cumprimento desse dever, mais ele será cobrado.

A INTOLERÁVEL POBREZA INFANTIL

Por Notas & Informações / O ESTADÃO

É intolerável que pelo menos 32 milhões de meninos e meninas no Brasil vivam na pobreza, como acaba de estimar o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef). Esse número representa 63% da população com idade até 17 anos no País. São seis em cada dez, a maioria absoluta desta nova geração. Por óbvio, há algo de muito errado quando uma nação descuida de suas crianças e de seus adolescentes. O que dizer, então, quando a desatenção chega a esse ponto?

Não é segredo que os primeiros anos de vida são decisivos para o ser humano, seja em termos físicos, cognitivos ou emocionais. É na infância que o cérebro se forma, e as vivências nessa fase têm peso enorme na trajetória de cada indivíduo. A adolescência, por sua vez, marca a transição para a vida adulta. Uma etapa que requer cuidados e apoio para o que vem pela frente − jamais descaso, menos ainda em tal proporção.

Deixar milhões de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade é tirar-lhes a possibilidade do desenvolvimento pleno. Uma privação que não compromete apenas seu futuro pessoal. Evidentemente, as consequências de relegar tamanha parcela de meninos e meninas à pobreza impactam o destino do País. A pergunta é simples (e a resposta, claro, perturbadora): qual projeto de nação resiste a uma realidade em que mais da metade das crianças e dos adolescentes é negligenciada?

O cálculo do Unicef, acertadamente, não se limita ao critério de renda. Embora seja determinante das precárias e indignas condições de vida de milhões de famílias, a baixa renda está longe de ser a única causa de vulnerabilidades estruturais. A pobreza tem múltiplas dimensões, e o levantamento analisou dados sobre renda, alimentação, moradia, saneamento básico, educação, trabalho infantil e acesso à internet. A soma de crianças e adolescentes em situação desfavorável, em uma ou mais variáveis, resulta no inaceitável universo de 32 milhões de excluídos.

A estimativa diz respeito a 2019, ano mais recente com dados para todos os indicadores analisados. Mas o estudo do Unicef, intitulado As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil e elaborado com apoio da Fundação Vale, traz informações mais atuais para algumas dessas variáveis. Em 2021, por exemplo, 13,7 milhões de crianças e adolescentes viviam em famílias cuja renda não era suficiente para garantir alimentação adequada. Já a falta de saneamento básico, grave risco para a saúde, era o problema mais abrangente, penalizando 21,2 milhões de meninos e meninas em 2020.

Na educação, 4,3 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola, apresentavam atraso escolar ou ainda não tinham sido alfabetizados após os 7 anos, quadro que se agravou durante a pandemia de covid-19. Um número maior − 4,6 milhões − sofria com moradias inadequadas: lares cujas paredes são feitas de material inapropriado ou que têm quatro ou mais pessoas por dormitório. Pior: as históricas desigualdades raciais e regionais do País continuaram expondo parcelas da população a situações ainda mais preocupantes.

Um efeito tipo bola de neve, em que uma privação não raro se sobrepõe a outras, reduzindo infinitamente as chances de que milhões de brasileiros possam superar a pobreza e ter aspirações concretas de mobilidade social.

As diferentes dimensões analisadas no relatório indicam falhas de todo tipo. Vale notar que o Brasil dispõe de legislação avançada, a começar pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, nos quais é notória a proteção aos direitos da infância e da adolescência. Entre a teoria e prática, porém, o País tropeça em ineficiências crônicas e na renitente miopia que o impede de perseguir metas de longo prazo. Não haverá presente nem futuro melhor sem investimento nas novas gerações.

Quanto a isso, é acertada e bem-vinda a intenção do atual governo de pagar um adicional do Bolsa Família a quem tem filhos de até 6 anos. O dinheiro público deve ir para quem mais precisa, e não resta dúvida de que as crianças, assim como os adolescentes, têm que estar no topo das prioridades.

ISSO É DEMOCRACIA?

Por J.R. Guzzo / O ESTADÃO

A prisão de mais de 900 cidadãos numa penitenciária de Brasília, sob acusação de terem participado da invasão e depredação dos edifícios dos três Poderes, é uma vergonha nacional. Nunca houve na história da República prisões políticas em massa como as do dia 8 de janeiro, nem o massacre da legalidade que está sendo cometido contra os acusados pela máquina oficial de repressão; só as ditaduras mais abjetas do mundo fazem coisas parecidas às que o Brasil faz hoje.

As pessoas estão na cadeia, em condições que os grupos de defesa dos “direitos humanos” achariam intoleráveis para criminosos comuns, há quase dois meses. Até agora o aparelho judiciário do Estado, com polícia, Ministério Público, juízes, STF, etc., etc., não foi capaz de dizer, entre os 900, quem cometeu qual crime – ou mesmo quem não cometeu crime nenhum. Como não sabe, mantém todos presos. Por quanto mais tempo? Como nos campos de concentração, não há prazos, nem informação, nem nada.

É um insulto espetacular à lei. O passo mais elementar da ação penal, sem o qual não se pode ter processo nenhum, é acusar um indivíduo determinado, com identidade estabelecida além de qualquer dúvida, por ter cometido este ou aquele crime previsto no Código Penal. É a tão falada “individualização” da “conduta criminosa”. Sem isso não se vai a lugar nenhum; a obrigação mínima da autoridade pública, ao prender alguém, é dizer o que ele fez, ou do que é acusado. Não existe no Brasil o crime coletivo, algo a ser praticado por uma massa de gente.

A acusação tem, obrigatoriamente, de se dirigir a um indivíduo específico, e por um ato específico. E se o crime foi praticado por 20 pessoas? Cada uma das 20 tem de ser denunciada, individualmente. Também não é crime estar perto do crime, ou de criminosos – da mesma forma como não é crime estar dentro de um estádio de futebol quando bandos de marginais brigam entre si nas torcidas organizadas. Nada disso está valendo para os presos de Brasília. Eles são de direita – por isso não têm direitos.

É chocante o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a 400 anos por corrupção, estar solto enquanto centenas de brasileiros estão presos sem o devido processo legal. O mesmo espanto ocorre quando assassinos, assaltantes ou estupradores presos em flagrante saem da cadeia assim que chega o advogado – ou quando o MST, em mais um ato de terrorismo no campo nas proximidades de Brasília, agride selvagemente um cidadão, e os criminosos são soltos cinco minutos depois de assinar um pedaço de papel numa delegacia.

É simplesmente incompreensível, para o brasileiro comum. Isso é justiça? Isso é democracia? L

PT ataca propostas de Haddad para os combustíveis, Lula silencia e ministro pode sofrer 3ª derrota

Por Julia Affonso e Weslley Galzo / O ESTADÃO

BRASÍLIA - Perto de completar dois meses, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva expõe uma disputa ruidosa na sua área mais sensível. Em manifestações públicas nos últimos dias, o PT e líderes da legenda no Congresso fizeram coro contra a retomada da cobrança de impostos federais nos combustíveis e por uma nova política de preços para a Petrobras. A pressão petista atinge em cheio o principal ministro da legenda na Esplanada. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, que defende a reoneração. E, por tabela, o presidente da Petrobras, o também petista Jean Paul Prates.

Lula deve arbitrar a decisão, que tem de ser tomada até a próxima terça-feira, quando termina o prazo da isenção do PIS/Cofins para gasolina e álcool. O tamanho do ministro da Fazenda no governo será medido até lá. A equipe econômica argumenta não haver espaço fiscal para a manutenção da desoneração sobre combustíveis. A prorrogação da medida custaria R$ 28,8 bilhões aos cofres públicos até o fim do ano. Haddad, que declarou no discurso de posse ser o “patinho feio” da Esplanada, corre o risco de fazer valer sua profecia e colher sua terceira derrota em dois meses.

No fim do ano passado, o ministro brigou pelo fim da isenção de PIS/Cofins sobre gasolina e álcool, mas foi vencido pelo núcleo político. No dia 1.º de janeiro, Lula prorrogou a medida por dois meses. Outra derrota sofrida pelo ministro foi em relação à correção da tabela do Imposto de Renda. Haddad defendia a adoção da medida em 2024. Lula, porém, anunciou agora a correção, juntamente com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320, em maio.

Nas duas ocasiões os movimentos de Lula foram antecipados em posts da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no Twitter. Enquanto Haddad representava o Brasil no encontro do G-20, na Índia, Gleisi e outros líderes petistas recorreram às redes sociais para minar a ideia de reoneração, que, na prática, significa aumento no preço dos combustíveis na bomba. O temor de setores do PT e da ala política do governo é de que a alta dos preços no primeiro ano de governo possa atingir fortemente a popularidade de Lula e reacender a polarização radical da política nas ruas e no Congresso.

Anteontem, a presidente do PT escreveu: “Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”. Era uma resposta à entrevista do número dois de Haddad ao EstadãoGabriel Galípolo, na qual ele defendeu a reoneração. Pela proximidade com Lula, o que Gleisi manifesta é lido na política como recado do próprio presidente.

Num efeito cascata, o líder do PT na Câmara, o deputado Zeca Dirceu (PR), endossou a mensagem da presidente do PT. “A prorrogação da desoneração deve seguir, na busca de não afetar o bolso da população”, afirmou também na rede social. O deputado Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de comunicação no PT, emendou, no Twitter, contra “o fim imediato da desoneração dos combustíveis”.

A redução dos preços virou bandeira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que demitiu três presidentes da Petrobras e promoveu a desoneração para conter a alta, numa jogada que acabou virando uma dor de cabeça para seu sucessor e rival.

Amanhã, Lula tem uma reunião às 10h no Palácio do Planalto com Haddad, o presidente da Petrobras e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Este último representa a ala política. Até agora, o chefe do Executivo assiste em silêncio à fritura de Haddad e de Jean Paul Prates promovida publicamente pelo PT. O estilo de deixar a divergência vir a público para que ele arbitre é o mesmo que marcou os outros dois mandatos do petista. Desta vez, contudo, a agenda de Lula reforça que ele tem dado mais espaço para a ala política do governo.

Levantamento do Estadão mostra que, em quase dois meses de gestão, Lula teve 83 reuniões privadas com ministros da área política ante 14 com os da ala econômica. E há ministros desse último grupo que nem sequer foram recebidos, como Simone Tebet (Planejamento). O presidente esteve 33 vezes sozinho com o chefe da Casa Civil, o petista Rui Costa, e 11 vezes com Haddad.

As críticas do PT não avançam para um pedido de troca de Haddad ou do presidente da Petrobras. Tema que não está também na agenda do Planalto, ao menos por enquanto. Seja porque a mudança em pouco tempo de governo provocaria um desgaste para Lula, seja pela falta de alternativa. Com R$ 80 mil de salário no BNDES, ante os R$ 39 mil brutos pagos a Haddad, o economista Aloizio Mercadante já está adaptado ao Rio.

Razão pela qual o discurso para preservar Haddad numa eventual nova derrota já está sendo construído. “Quando aprovou a PEC da Transição para reajustar o salário mínimo era política de governo e do ministro da Fazenda também. Não dá para falar: quando é benéfico, é o governo. Quando é ruim, é o ministro da Fazenda”, afirmou Tatto, que foi secretário de Haddad.

Em entrevista ao Estadão, o ministro da Justiça, Flávio Dino, expôs, porém, o que está por trás das críticas à política econômica. Para Dino, se Lula tiver problemas na economia, a extrema direita liderada por Bolsonaro voltará à cena. “O governo Lula vai melhorar a vida do povo? Se a resposta for sim, o golpismo tende a ser uma força declinante. Se o governo enfrentar dificuldades no resultado, aí abre espaço para a emergência do golpismo.”

Palavra final

Não à toa, Lula deixou claro que iria dar a última palavra na pauta econômica. Em discurso em 2 de dezembro do ano passado, o petista avisou que seria dele a palavra final sobre as decisões da política econômica. “Quem ganhou a eleição fui eu. Quero ter inserção nas decisões de economia. Sei o que é bom para o povo, sei o que é bom para o mercado”, afirmou na ocasião.

O cientista político Carlos Melo vê mais autonomia política do PT em relação ao Planalto do que no passado. “O terceiro governo de Lula é um campo em disputa. É ele quem arbitra, quem decide. Mas o presidente sempre decidiu por meio de cálculos políticos e, neste caso, não será diferente. A diferença é que Lula, hoje, após 580 dias na prisão, é mais centralizador do que era nos primeiros mandatos.”

O Estadão procurou Gleisi, Haddad, Galípolo e Tebet, mas eles não haviam se pronunciado até a conclusão desta edição./COLABOROU RUBENS ANATER

Rua não é endereço, e barraca não é lar

Ricardo Nunes/Prefeito de São Paulo (MDB) / FOLHA DE SP

O objetivo não é recolher barracas, mas reconstruir vidas de parte de uma população empurrada para as ruas. Meu olhar não enxerga dignidade diante de crianças, jovens e idosos que vivem nas ruas em condições precáriasComo prefeito, essa indignação fez com que se tornassem imediatas ações pragmáticas para resolver o problema, tão complexo quanto necessário. Não vou medir esforços para mudar essa realidade de desigualdade em curva crescente por décadas.

Para isso, mais que vagas de abrigamento, estamos criando uma rede de atenção para quem está na rua. Nessa gestão, criar espaços nunca foi apenas somar números. É preciso entender o perfil de cada grupo e buscar soluções distintas. Sim, estamos fazendo diferente do que não deu certo lá atrás.

Atualmente, temos a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 20 mil vagas de acolhimento e capacidade e planejamento para atendimento de quase 32 mil pessoas em situação de rua.

Além do acolhimento, procuramos engajar a sociedade no nosso projeto. Por exemplo, o programa Auxílio Reencontro, ou auxílio-aluguel, para quem pode abrir suas portas a famílias em situação de vulnerabilidade. Governar junto com a sociedade torna a caminhada mais assertiva e igualitária.

Temos ainda o programa Recâmbio, que auxilia na compra de passagens rodoviárias aos que não tinham condições de retornar às suas cidades ou estados de origem. Uma procura que saltou de 339, em 2021, para 1.954, em 2022. Somente um trabalho de campo, olho no olho, pode identificar a necessidade real de quem está nas ruas, muitas vezes em busca de uma oportunidade para voltar para casa.

Nem por isso deixamos de criar programas que vão além de oferecer um teto, como a Vila Reencontro, já na segunda unidade. Trata-se de um conjunto acolhedor de moradias transitórias, equipadas, mobiliadas e com privacidade às famílias. Com café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, as unidades contam com playground, brinquedoteca, acompanhamento psicológico, capacitação profissional e busca ativa para intermediação de mão de obra, emprego e renda aos adultos.

É trabalho sério, sem maquiagem, com foco na autonomia e no desenvolvimento social como porta de saída para uma vida independente, digna e cidadã.

Também cerca de 3.500 vagas foram criadas em 31 hotéis voltados para acolhimento, sobretudo para idosos e famílias. Privacidade, dignidade e possibilidade de reaver valores perdidos pelos mais variados motivos, principalmente em uma crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19.

Temos ainda buscado continuamente parcerias que possam resultar na qualificação do atendimento de nossa rede. Em 2022, por meio de Termo de Cessão de Uso, o governo do estado de São Paulo disponibilizou seis prédios da antiga Fundação Casa para a criação de mais 600 vagas para essa população, em ambiente totalmente readequado.

No total, foram 45 serviços para atendimento à população em situação de rua abertos nos últimos 12 meses. Criamos, ainda, os Centros de Acolhida Especiais (CAEs), destinados ao mais variados públicos: mulheres em situação de violência, gestantes, mães e bebês e idosos, além de homens e mulheres transexuais, pessoas em convalescença e imigrantes, numa política de atenção à diversidade em todas as suas formas.

Olhamos e tratamos de forma individualizada cada situação que levou, quem quer que seja, a fazer da rua moradia. Rua não é endereço, e barraca não é lar.

O direito de aceitar acolhimento ou não tem de ser respeitado, assim como o direito de ir e vir de todos que vivem ou transitam na nossa cidade. É preciso findar o jogo de apontar defeitos e apenas tecer críticas para, de forma objetiva, unir esforços. Soluções efetivas são criadas a partir de ideias e conversas com vários setores da sociedade.

Não podemos ser míopes nem tapar o sol com a peneira para os problemas. Por isso, de cara limpa e alma tranquila, sei que estamos caminhando na direção certa. Não sou de discurso: sou de trabalho incansável e diário para, junto com uma grande equipe, executar ações que possam verdadeiramente melhorar a vida das pessoas!

Riscos lá fora / O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Mesmo após o ciclo de alta de juros mais rápido das últimas décadas, ainda não se sabe se a ameaça de inflação persistente está debelada nos EUA e na Europa. É possível que o arrocho prossiga, aumentando o risco de recessão.

O americano Federal Reserve subiu a taxa básica de zero para o intervalo entre 4,5% e 4,75% anuais nos últimos 12 meses —uma mudança no padrão que vigorou entre a crise de 2008 e a pandemia, período em que a ameaça mais premente era de deflação.

O custo do capital elevado também vem sendo complementado por uma reversão gradual do chamado afrouxamento quantitativo, a expansão de dinheiro na praça usada na década passada. Na prática, cerca de US$ 95 bilhões mensais em liquidez estão sendo retirados.

O padrão europeu é similar, com juros em 3% ao ano, podendo atingir quase 4% nos próximos meses.

O problema é que o legado da pandemia e mudanças na economia mundial —política industrial baseada em segurança nacional, menor tolerância à globalização da produção a baixo custo e preços altos de energia— sugerem pressão inflacionária mais persistente.

A economia americana, por ora, mostra resistência. Há alguns sinais de desaceleração, casos do setor imobiliário e da indústria, mas ainda são localizados.

Nos últimos meses, acelerou-se a criação de empregos e os salários ainda crescem em torno de 4,5% ao ano, muito acima da produtividade. Estima-se que as famílias americanas tenham cerca de US$ 1 trilhão em poupança oriunda dos programas de estímulo da pandemia, o que franqueia amplo espaço para o crescimento do consumo.

A inflação ao consumidor, enquanto isso, se manteve em torno de 6,4% nos 12 meses encerrados em janeiro. Um progresso ante os 9,1% registrados em meados de 2021, mas ainda muito distante da meta de 2% do Fed.

A persistência da atividade e da inflação sugere, portanto, que o aperto dos bancos centrais pode ter de continuar. As projeções atuais de mercado contam com alta para até 5,25% nos EUA, mas com cortes a partir de 2024 —perspectiva que pode ser frustrada.

Já a retomada na China é um alento. A economia do país asiático deve acelerar de 3%, em 2022, para até 5%, neste ano. Ademais, não há pressão inflacionária.

Com esse cenário internacional ainda conturbado, o Brasil precisa ser cuidadoso. Flertar com irresponsabilidade orçamentária, em tal contexto externo, pode abortar as já declinantes chances de retomada no ano que vem.

Pouco a pouco / O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Quase a metade dos 31 partidos políticos do país estará excluída, neste ano, do rateio das verbas do fundo orçamentário —dinheiro público— destinado a manter tais agremiações. Essa é uma boa notícia.
Se o pluripartidarismo costuma ser um sinal de vitalidade de uma democracia, a existência de mais de três dezenas de siglas constitui uma anomalia que resulta de distorções do sistema político-eleitoral brasileiro e as agrava.

Resultante de normas por demais permissivas, a proliferação de siglas em nada ajuda os eleitores na hora de decidir o voto. Grande parte delas opera como meros escritórios especializados em amealhar recursos públicos, seja diretamente do fundo partidário, seja negociando cargos e verbas por meio de seus membros eleitos.

A fragmentação dificulta a governabilidade. Presidentes precisam cercar-se de uma miríade de legendas médias e pequenas, a custos elevados, para formar maiorias no Legislativo e aprovar seus projetos —ou, ao menos, para evitar CPIs e ameaças de impeachment.

O país só agora começa a colher os resultados de reformas aprovadas a duras penas para lidar com o problema. A primeira, de 2015, fixou exigências maiores para a coleta de assinaturas necessária para a criação de partidos.

Depois, em 2017, a chamada cláusula de desempenho impôs votações mínimas, crescentes a cada pleito até 2030, para que as siglas tenham acesso ao fundo partidário e à propaganda eleitoral paga com dinheiro do contribuinte.

Desde o início das mudanças, a quantidade total de legendas, graças a fusões e incorporações, diminuiu de 35 para as atuais 31. A cifra deve recuar em breve para 29, com dois processos ainda em análise na Justiça Eleitoral.

Mais importante, o número de agremiações representadas na Câmara dos Deputados caiu do recorde de 30, em 2018, para 23 agora, com perspectiva de recuo para 20. Se consideradas as federações, nas quais as siglas se unem por prazo limitado para cumprir a cláusula de desempenho, a cifra pode chegar a 16 forças em atuação.

Obviamente, não se está diante de alguma panaceia. Falta muito, ainda, para que mais partidos busquem se estabelecer em bases mais duradouras, com coerência programática e inserção na sociedade. Nesse sentido, o financiamento público de campanhas também deveria ser reexaminado.

De todo modo, a estratégia de aperfeiçoamentos graduais parece mais realista e promissora do que alguma tentativa de reviravolta total das normas eleitorais do país.

A IMPORTÂNCIA DAS POLITICAS DE SEGURANÇA PÚPLICA NO COMBATES AO CRIME ORGANIZADO

Por Edson Vismona / O ESTADÃO

Não é novidade para ninguém que o mercado ilegal é uma atividade que cresce cada vez mais no Brasil. As operações criminosas das milícias e facções, com ações no contrabando, na lavagem de dinheiro e na entrada de armas, drogas e diversos outros produtos ilegais, infelizmente, encontram seus eixos de articulação não só em nosso país, mas em todo o mundo e devem ser combatidas com empenho pelas forças de segurança.

Como resultado direto dessa equação, temos a preocupante repetição de episódios de violência extrema, com mortes encomendadas por milícias e facções criminosas, seja de comerciantes que se negam a vender os produtos ilegais ou de autoridades de segurança pública, como no caso da execução do promotor paraguaio Marcelo Pecci – que investigava casos de narcotráfico, crime organizado, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na região da Tríplice Fronteira, entre Paraguai, Brasil e Argentina.

Também preocupa a evolução constante no número de armas, drogas e produtos ilícitos, como cigarros e agrotóxicos, em circulação no País. A facilidade com que a atividade criminosa se retroalimenta, com esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção, é impressionante, movimentando bilhões de reais e, claro, sem pagar nenhum imposto. Essa desenvoltura do crime afeta todo o processo de inclusão social.

É extremamente grave a cooptação de menores para práticas criminosas nas fronteiras, assim como nas comunidades das nossas cidades. O futuro desses jovens é comprometido por este flagrante aliciamento feito por milícias e organizações criminosas.

Por fatos como estes, são de extrema importância a atualização e o investimento constante em ações de combate conduzidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Receita Federal e outros órgãos de segurança. Aliás, parceria e integração são palavras-chave, já que a troca de informações de inteligência entre as forças de repressão, seja no âmbito municipal, no estadual ou no federal, é fundamental para minar o poder dos criminosos.

Essas frentes de combate são responsáveis, todos os anos, pela apreensão de toneladas de drogas, produtos contrabandeados, além de embarcações, armas de fogo e milhares de suspeitos envolvidos, evitando prejuízos bilionários aos cofres públicos da Nação. Para ter uma ideia, nos últimos sete anos houve um aumento de 200% nos prejuízos causados pelo mercado ilegal ao Brasil, passando de R$ 100 bilhões (2014) para R$ 300 bilhões (2021), segundo levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

O sucesso das operações de segurança integradas ressalta a importância, para o Estado e para toda a sociedade brasileira, da realização dessas ações pelas autoridades de segurança pública do novo governo, num esforço coletivo para conter a criminalidade, uma vez que são imensos os desafios enfrentados pelas operações policiais especiais para combater o crime num país com dimensões continentais, com mais de 16 mil km de fronteiras terrestres e divisas com dez países.

Importante que todos os brasileiros tenham a exata dimensão de como estes problemas afetam a sociedade, seja na segurança dos cidadãos, na evasão fiscal que sangra os cofres públicos e nos problemas gerados nas empresas que atuam dentro da legalidade e pagam seus impostos de forma correta ao erário.

Além das fronteiras secas, como são chamadas as fronteiras terrestres, a presença das operações nas costas marítimas é fundamental, já que tivemos um crescimento da chegada de produtos ilegais provenientes da Ásia e do Oriente Médio em portos localizados especialmente no Nordeste. É uma frente que também deve sempre ser fortalecida com ações de fiscalização, pois representa uma contínua ameaça.

As autoridades de segurança pública do Brasil, ao manter o foco e a atenção no combate ao crime organizado, investindo continuamente nas nossas fronteiras continentais em programas de segurança e de alcance social, atenderão a um clamor de todos os brasileiros.

PRESIDENTE DO FÓRUM NACIONAL CONTRA A PIRATARIA E A ILEGALIDADE (FNCP), FOI SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Lembra do Trem-Bala? Ele voltou

Por Elio Gaspari / o globo

Com jeito de quem não quer nada, na quarta-feira a Agência Nacional de Transportes Terrestres divulgou sua Deliberação nº 47, com três artigos. Outorgou à empresa TAV Brasil, constituída em fevereiro de 2021 com capital de R$ 100 mil, autorização para “a construção e exploração de estrada de ferro entre São Paulo e o Rio de Janeiro pelo prazo de 99 anos”.

Ganha um lugar na viagem inaugural desse trem quem conseguir explicar o que essa autorização significa, pois faltam o capital, o projeto de engenharia e a demonstração da demanda.

É o velho Trem-Bala que ressuscita. Pelo que se promete, em junho de 2032 ele ligará as duas cidades em 90 minutos. A autorização da ANTT custou-lhe uma folha de papel. Esse trem custaria algo como R$ 50 bilhões, cerca de US$ 10 bilhões.

Sonhar é grátis. Lula já disse que pretende reativar os estaleiros do Rio. Seria o quarto polo naval que sua geração financia, coisa inédita na história das navegações. Agora reaparece o Trem-Bala. Ele foi um sonho do consulado petista, acabou em pesadelo e só serviu para produzir uma empresa estatal.

Antes que se dê outro passo com o Trem Bala 2.0, convém revisitar o que aconteceu com o primeiro projeto.

Em 2004, durante o primeiro mandato de Lula, foi constituído um Grupo de Trabalho para estudar a “ligação ferroviária por trem de alta velocidade entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”. Seu coordenador era José Francisco das Neves, o “Doutor Juquinha”, presidente da estatal Valec — Engenharia, Construções e Ferrovias S.A..

Os doutores visitaram fábricas da Itália e da Alemanha e, em abril de 2005, o grupo de trabalho recomendou o projeto da italiana Italplan. O Trem-Bala ligaria o Rio a São Paulo em 88 minutos, sem paradas, transportando cerca de 90 mil passageiros por dia. A obra levaria sete anos, e a concessão duraria outros 42.

A conta ficaria em US$ 9 bilhões, sem que a Viúva tivesse que botar um centavo. (Em 2004, o dólar estava a R$ 3)

Um curioso intrigou-se com o fato de que o trem iria do Rio a São Paulo sem qualquer parada. Todos os outros trens de alta velocidade param no caminho.

O Doutor Juquinha disse-lhe que essa era a proposta dos italianos e que não havia motivo para preocupação, pois a ministra Dilma Rousseff havia incluído o Trem-Bala no Programa de Aceleração do Crescimento, o falecido PAC. Qualquer dúvida, os italianos esclareceriam. Procurados os italianos, deu-se o seguinte diálogo:

Por que o trem vai do Rio a São Paulo sem paradas?  Porque pediram um projeto sem paradas.

O TCU parou o trem

Em 2007, o BNDES e o Tribunal de Contas da União (TCU) mastigaram as contas do projeto da Italplan. Saltou aos olhos que o Trem-Bala precisaria de subsídio. Além disso, sua malha começou a espichar indo até Campinas. Espichou também o custo, subindo para US$ 11 bilhões.

Em abril de 2008, Lula anunciou que a licitação do trem aconteceria em outubro. Ele estaria nos trilhos durante a Copa do Mundo de 2014 com oito paradas. Não houve a licitação, mas o custo estimado pulou para US$ 15 bilhões. Tudo isso, sem que houvesse um projeto de engenharia, numa obra que teria 16 quilômetros de túneis.

Em 2010 (ano eleitoral), o assunto estava no Tribunal de Contas e lá percebeu-se que a estimativa de demanda (e da renda) havia sido grosseiramente manipulada. O TCU freou o projeto por algum tempo, e os italianos foram mandados passear.

Candidato ao governo de São Paulo, o petista Aloizio Mercadante prometia trabalhar para que o trem fosse também a Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Rio Preto. Nessa campanha eleitoral, Lula comparou a audácia da obra à da construção da Torre Eiffel, em Paris. O trem só deveria rodar em 2017, mas em 2010 seu projeto produziu sua estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade, Etav. Durante a campanha, o Trem-Bala foi uma cereja de bolo. Chegou-se a anunciar que ele poderia ir a Curitiba.

Passada a eleição, adiou-se a licitação da obra. Consórcios de China, França, Coreia e Espanha, que teriam interesse na obra, caíram fora. (Alguns, como o coreano, podem ter se reciclado.)

Um grande empresário nacional ironizava: “Se o empreiteiro é o sujeito que convenceu o faraó a empilhar aquelas pedras no deserto, com esse trem o faraó (ou faraoa) quer fazer a pirâmide, mas os empreiteiros não querem.” O leilão foi adiado três vezes e nunca aconteceu.

Em setembro de 2011, a ANTT informou que os estudos de engenharia demorariam pelo menos um ano. A essa altura o Trem-Bala já havia consumido R$ 63,5 milhões, e o custo da obra estava estimado em US$ 20,1 bilhões. (Em 2005 falava-se de US$ 9 bilhões.)

Em 2014, Dilma Rousseff admitiu que o Trem-Bala havia deixado de ser prioridade.

Litígio na Itália e Juquinha na cadeia

A única coisa que andou foi um litígio judicial aberto pela Italplan na Itália. A empresa, que em 2004 tinha a preferência do grupo de trabalho, processou o governo brasileiro e em março de 2016 pedia na Justiça cerca de R$ 1 bilhão por serviços prestados.

Em julho de 2012, por conta de outras malfeitorias praticadas na Valec, o “Doutor Juquinha” foi preso. Dormiu poucas noites na cana. Anos depois, ralou uma condução coercitiva.

Andou também a estatal Etav. Transformou-se na Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Em 2017, empregava 143 pessoas e custava R$ 99 milhões anuais. Já a Valec tinha 1.027. Ambas sobrevivem, fundidas na Infra S.A..

Cinco personagens em busca de um trem

Lula comparou as críticas ao projeto do Trem-Bala, nascido em 2004, às que foram feitas à construção da Torre Eiffel. A torre ficou pronta em menos de dois anos.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, informa que a autorização dada pela ANTT para a construção e operação por 99 anos do Trem-Bala de Lula 3.0 é um projeto inteiramente privado da TAV Brasil. A autorização da ANTT é inteiramente pública. Renan tinha 24 anos e acabara de se formar em economia quando o grupo de trabalho do “Doutor Juquinha” dizia a mesma coisa.

Geraldo Alckmin, atual vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, conhece a história do Trem-Bala desde 2009, quando era secretário de Planejamento do governo de São Paulo. Em 2010, como governador eleito, ele sugeria que o trem não passasse pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, mas que eles fossem servidos por duas outras ferrovias expressas.

Aloizio Mercadante, defensor da extensão da malha do Trem-Bala para Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Rio Preto, é o atual presidente do BNDES.

Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, foi um implacável diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) em 2011, durante a “faxina ética” que Dilma Rousseff fez no setor de transportes do seu governo. Conhece a história da Valec e do Trem-Bala de cor e salteado.

Ala política frita equipe econômica em público

Por Vera Magalhães / O GLOBO

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atropelou a tensa discussão interna do governo com o presidente Lula em torno da reoneração imediata ou não dos combustíveis e, publicamente, defendeu que a decisão seja adiada para depois de abril.

É a mais clara investida pública da ala política do entorno de Lula contra a equipe econômica capitaneada por Fernando Haddad (Fazenda), mas que conta, também, com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Ambos têm evitado fazer publicamente o debate sobre as decisões de política econômica e sobretudo a parte fiscal, aquela mais delicada e que tem suscitado maior desconfiança por parte dos agentes econômicos.

Mas todos estão incomodados com a fritura a que Gleisi e os demais integrantes desse núcleo político têm submetido o grupo, e sobretudo Haddad, justamente por ser petista, ter sido uma escolha pessoal de Lula e ter demonstrado lealdade ao presidente nos tempos difíceis tanto quanto a presidente do partido.

O problema, na verdade, transcende em muito uma eventual disputa algo infantil por fazer a cabeça de Lula, algo preocupante quando se pensa que se trata de um quase octagenário que ocupa pela terceira vez a Presidência -- e, portanto, deveria ser peremptório em frear esse fogo amigo num país em que a oposição já se mostrou disposta a tacar fogo literalmente nas instituições e incinerar a governabilidade até aqui não assegurada.

No longo fio em seu perfil no Twitter em que Gleisi arrisca uma suposta tese econômica para sua pregação contra a reoneração da gasolina e do etanol na virada do mês, ela acaba por referendar a preocupação colhida junto ao mercado semanalmente no boletim Focus, e expressada na tão criticada ata do Copom: a de que existe um risco fiscal crescente, derivado do fato de que o governo já aprovou várias medidas que ampliam gastos, mas até aqui patina em recompor receitas.

Não que Haddad não tenha demonstrado ter ciência do terreno em que está pisando. Tanto que antecipou para março a definição do novo marco fiscal, que será apresentado ao Congresso e dependerá de quórum de PEC para substituir o teto de gastos, que é uma emenda constitucional.

Quando ela fala em ver em abril a questão dos combustíveis, um legado, não custa lembrar, de Jair Bolsonaro, e que custa algo como R$ 6 bilhões mensais aos cofres da União em renúncia de arrecadação, ela está na prática riscando um fósforo e deixando queimar a discussão do novo marco, que supostamente seria apresentado no mês anterior.

Além disso, não deveria ser preciso dizer que a política de preços de combustíveis da Petrobras e a discussão sobre tributos não são atribuições da presidente do partido do presidente da República. A participação de Gleisi e dos demais integrantes da área política nesse tema que lhes é estranho tem sido motivo de preocupação em setores relevantes da economia -- e aqui não se fala só do mercado tão infantilmente vilanizado pelos militantes, tratem de se acalmar -- com a permanência de Haddad na Fazenda, e, por consequência, do restante da equipe econômica.

Lula aceita pagar um preço altíssimo no início de seu mandato dando corda para essa tremenda irresponsabilidade. Ou ele enquadra a ala política, da qual Gleise é a porta-voz, mas não a única a lhe envenenar os ouvidos, ou cada vez mais será difícil para ele desarmar as bombas concretas colocadas no caminho para que seu governo seja bem-sucedido.

Uma pregação dessa feita por Gleisi e os gastos anunciados de uma semana para cá já são suficientes para pressionar o câmbio, e, por consequência, elevar a pressão sobre inflação e juros. Essa expectativa catastrofista pode, no limite, queimar por meio da inflação e da disparada do dólar os ganhos que Lula está concedendo na forma de medidas como aumento do salário mínimo, por exemplo, É isso que os donos do maçarico amigo parecem não entender.

ANALISES DA SEMANA

Polos navais têm histórias de fracassos

Por Elio Gaspari / o GLOBO

Outro dia Lula anunciou: “Vamos voltar a construir navios nos estaleiros do Rio de Janeiro.”  Boa ideia. O Brasil tem litoral, comércio, gasta uma fortuna em fretes marítimos e precisa de plataformas para exploração de petróleo.

Como Asmodeu esconde-se nos detalhes, antes de colocar um só centavo na ressurreição de um polo naval onde quer que seja, conviria um exercício de humildade, explicando por que a geração de Lula financiou três polos navais, com três fracassos, um pior que o outro.

O primeiro polo naval nasceu no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961). Atolou, e os grandes prejudicados foram os estaleiros que receberam incentivos e financiamentos públicos. O segundo polo nasceu durante o Milagre Brasileiro, na ditadura. Também atolou, com uma peculiaridade: o desastre materializou-se numa emissão de papéis da dívida da Superintendência de Marinha Mercante, a Sunamam.

Em 1979 ela tinha um orçamento maior que o de muitos ministérios e funcionava como um verdadeiro banco. E como banco quebrou, com um buraco que pode ter chegado a US$ 1 bilhão em dinheiro de hoje.

À época esse ervanário era chamado de “moeda podre”. Se fosse moeda de banco, valeria zero, como era da Viúva, rendeu cerca de 70% do seu valor de face, servindo para comprar ativos da mesma Boa Senhora. Assim, banqueiros e empresários compraram empresas estatais.

O terceiro polo naval surgiu no governo de Lula. Chegou a gerar perto de 100 mil empregos. Importam-se soldadores brasileiros que trabalhavam no Japão. Uma de suas joias era o estaleiro OSX, de Eike Batista. Quebrou com um espeto de R$ 4,2 bilhões.

As petrorroubalheiras do consulado petista afogaram estaleiros e perderam-se dezenas de milhares de empregos. O petroleiro João Cândido, construído em Pernambuco, foi lançado ao mar em 2010 e adernou. Só voltou ao mar dois anos depois. Empresas beneficiadas por encomendas nesse terceiro polo naval ficaram mais conhecidas pelo que contaram à Justiça do que pelo que produziram.

Na retórica de Lula, não houve na História humana uma geração que financiasse quatro polos navais. O Japão, Coreia e Cingapura financiaram os seus uma só vez. Quando aconteceram problemas, os maganos foram para a cadeia e os operários continuaram a trabalhar, produzindo navios a custos competitivos.

Se Lula quer financiar o quarto polo naval, pouco lhe custaria reunir meia dúzia de técnicos para que lhe mostrassem como atolaram os três anteriores. Parte da resposta está nas roubalheiras.

Já que a conversa gira em torno dos estaleiros do Rio de Janeiro, vale a pena girar a roda da História. Apesar de muita gente boa acreditar que Portugal proibia a instalação de qualquer tipo de indústria no Brasil, é bom relembrar que na Ilha do Governador, em janeiro de 1663, foi lançado ao mar o galeão Padre Eterno, um dos maiores navios do seu tempo. Podia transportar quatro mil caixas de açúcar.

DESTAQUE DO DIA

ANALISES DA SEMANA

Lula contra os moinhos de vento

Por Alvaro Gribel / O GLOBO

A cruzada de Lula contra o Banco Central lembra a cena clássica do livro “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes. Após fugir de casa em busca de aventuras, Quixote confunde 30 moinhos de vento com terríveis gigantes e parte para o confronto, ignorando os apelos de seu fiel escudeiro Sancho Pança, que o alerta sobre o engano, em vão. O BC, neste momento, pode ser tudo para Lula, menos um inimigo.

Ao contrário, a confiança que Roberto Campos Neto e sua diretoria passam aos agentes econômicos — não só ao mercado financeiro — vem ajudando a manter o dólar e as expectativas de inflação sob controle, a despeito dos equívocos de discurso que Lula tem cometido na área.

Se existe um problema na economia, ele não está na política monetária. Os juros altos são a consequência dos desequilíbrios, e não a sua causa. A inflação subiu porque houve dois choques externos de oferta, um pela pandemia, outro pela guerra na Ucrânia, mas no Brasil eles são agravados pela forte indexação e pela crise fiscal crônica que permanece no país desde o segundo governo Dilma.

“Na prática, o que Lula faz é contratar mais inflação”, me relatou de forma precisa um economista que passou pelo Banco Central. Isso já pode ser visto nas expectativas de mercado, que servem de parâmetro para as decisões do Copom. Como mostra o gráfico, nas últimas quatro semanas, as projeções deram um salto de 2023 a 2027. Em economês, isso se chama “desancoragem de expectativas”. Em linguagem coloquial, “a pasta de dente saiu do tubo e será difícil colocá-la de volta”.

Com as expectativas em alta, o Banco Central alertou que poderá manter a Selic em 13,75% por mais tempo, podendo até elevar a taxa, em um cenário extremo. No mercado futuro, onde os investidores compram e vendem títulos do governo, os papéis com vencimento em 2050 atingiram o maior patamar desde 2016. Se esse cenário permanecer, os investimentos de longo prazo na economia real serão afetados, porque a renda fixa ficará atrativa. Um paraíso rentista.

Como já escrevi neste espaço, a equipe de Haddad tem feito um enorme esforço para passar credibilidade e ganhar confiança entre empresários e investidores. Em evento de um grande banco em São Paulo esta semana, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, reforçou a importância do ajuste fiscal, disse que ele será feito com controle de despesas e que a ideia de mudança nas metas de inflação não partiu da Fazenda.

Com suas falas sem filtro e improvisadas, Lula está plantando para todo o seu mandato aumentos de preços e juros, e, consequentemente, menor crescimento do PIB e da renda. Há muitos alertas sendo feitos, como os de Sancho Pança. Resta saber se, ao contrário de Dom Quixote, Lula dará ouvidos aos apelos antes que o estrago aumente.

Nem Freud explica

Depois de cair para R$ 4,96 durante o pregão de quinta-feira, o dólar disparou 2% para fechar em R$ 5,14, ontem. Pesaram sobre o real as falas de Lula, em entrevista à Rede TV!, e os dados de criação de vagas nos EUA, que vieram mais fortes do que o esperado. Até aqui, o Brasil vem se beneficiando de um forte fluxo de entrada de dólares em países emergentes, pela visão do mercado de que o ciclo de alta dos juros nos EUA está perto do fim.

Quem entende de câmbio diz que o dólar poderia facilmente estar cotado entre R$ 4,60 e R$ 4,80, não fossem os ruídos de comunicação. Quais seriam os ganhos para a popularidade de Lula se o dólar tivesse despencado nos primeiros 30 dias de governo?

O Banco Central prometeu há seis meses a criação de um grupo de trabalho para monitorar a entrada de ouro ilegal no mercado financeiro. Mas, até agora, nada. (SERÁ QUE ESSE TIPO DE ATITUDE É DO BANCO CENTRAL?)

NOSSO ABRAÇO AOS QUE FAZEM O NUCLEO DE ARTES NO ARACAPÉ. COMANDO DE J.EUDES (JONH COSTA) E DONA ROSINHA – ARRANJOS FLORAIS E.V.A – ZAP 989.28.25.97

NOSSO ABRAÇO AO CASAL AMIGO NERTAN E HELANA, E AS SUAS FILHAS VITORIA E LIVIA.

AOS MEUS COMPADRES: BARROSO/ IONE, NIVALDO E FATIMA, MANOEL E LIDUINA, ANTONIO CARLOS E NUBIA.

O PROBLEMA É QUE AS PESSOAS SABEM POUCO, MAS FALAM MUITO.

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NÃO ADIANTA SÓ PEDIR PRA DEUS, TEM QUE AGRADECER TAMBÉM!

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NOSSO ABRAÇOS AOS AMIGOS DEPUTADOS ESTADUAIS:

EVANDRO LEITÃO, ANTONIO GRANJA, SERGIO AGUIAR, BRUNO PEDROSA, FERNANDO HUGO, HEITOR FERRER, GUILHERME LANDIM, JOÃO JAIME, ERIKA AMORIM, ADERLÂNIA NORONHA, CARLOS FELIPE. TONY BRITO, FERNANDA PESSOA, AUGUSTA BRITO; FERNANDO SANTANA

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O NATAL DOS SONHOS É AQUELE QUE VOCÊ IDEALIZA NO ESPIRITO, SENTE NO CORAÇÃO E PARTILHA NA SOLIDARIEDADE

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“LEMBRE-SE DA SABEDORIA DA AGUA, ELA NUNCA DISCUTE COM UM OBSTÁCULO, ELA SIMPLESMENTE O CONTORNA.”

“ JÁ NÃO SOU QUEM ERA NEM VOLTAREI A SER QUEM FUI, MAS SEREI SEMPRE FIEL AOS MEUS PRINCÍPIOS”

NOSSO ABRAÇO ESPECIAL HOJE VAI PARA: os queridos ouvintes de: ITAJUBÁ está localizada no Sul de Minas Gerais, a 254 km de São Paulo, 315 km do Rio de Janeiro e 445 km de Belo Horizonte, por rodovia. Sua altitude de 850 metros e sua posição na Serra da Mantiqueira lhe confere um agradável clima de montanha, com temperatura média de 18º C.

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RUSSAS é  um município brasileiro localizado no estado do Ceará, na região do Baixo Jaguaribe. Situa-se à 165 km da capital Fortaleza, tendo como principal acesso a BR 116. A cidade constitui um dos mais importante centros populacionais e econômico do Vale do Jaguaribe.  É conhecida como a “Capital do Vale do Jaguaribe”, “Terra da Laranja Doce”, “Terra das Telhas Vermelhas”, e “Terra de Dom Lino”.

População estimada [2021] 54.680 pessoas

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BOA VIAGEM é um município brasileiro do estado do Ceará, localizado praticamente no centro do estado do Ceará, na microregião do Sertão de Quixeramobim, mesorregião dos Sertões Cearenses. Possui um Aeroporto, o Aeroporto Coronel Virgílio Távora, destinado a aeronaves de pequeno porte.

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FORTALEZA, CANINDÉ, MARACANAÚ AOS DILETOS OUVINTES NOS ESTADOS: MINAS GERAIS, RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, MARANHÃO, DISTRITO FEDERAL E NOS PAISES: CANADÁ E ESTADOS UNIDOS E OUTROS QUE SE CONTECTAM CONOSCO, NA REDE VERDADE DE NOTICIAS;

CÂMARA MUNICIPAL DE CANINDÉ = HOJE SEXTA FEIRA HAVERÁ SESSÃO ORDINÁRIA / TODA SEGUNDA FEIRA RÁDIO CÂMARA EM PAUTA – UM RESUMO DAS SESSÕES PLENÁRIAS / COM SILVIA MARCELA

JORNAL PRIMEIRA HORA

por Assessoria de Comunicação - Edição 384 - 09/07/2020



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