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Trabalho técnico do Banco Central freou Bolsonaro e ajudou na eleição de Lula

Por Alvaro Gribel / o globo

 

Lula atacou novamente o Banco Central nesta segunda-feira, durante a posse de Aloizio Mercadante no BNDES. Disse que não existe justificativa para que a Selic esteja tão alta no país, como se as decisões do Copom buscassem prejudicar o seu governo ou atender a interesses do mercado financeiro.

 

O que o presidente não entendeu até agora é que foi justamente o trabalho técnico do Banco Central que permitiu a sua eleição no ano passado. Com todos os estímulos fiscais dados por Bolsonaro, foi justamente a alta dos juros que conteve o ambiente artificial na economia que beneficiaria o projeto de reeleição.

 

Para se ter uma ideia, em janeiro de 2021, o Banco Central começou a subir os juros, então em 2%, em uma sequência de 12 altas consecutivas que só terminou no dia 4 de agosto de 2022, ou seja, a dois meses do primeiro turno (*).

 

Os juros subiram porque houve um choque externo nos preços, mas o Banco Central atuou para conter os seus "efeitos secundários". Isso acontece quando a alta de um preço mais volátiil - como os alimentos - contamina outros produtos. Como a economia brasileira permanece muito indexada, o nosso BC acaba sendo sempre mais conservador do que os demais. A decisão, portanto, foi técnica, e nem Bolsonaro pôde reclamar.

 

Em vez de criticar Campos Neto, Lula deveria agradecê-lo por não ter tomado decisões políticas em ano eleitoral. Do contrário, o país poderia ter caído de vez nas mãos da extrema-direita bolsonarista.

 

(*) O Copom parou de subir os juros no dia 8 de agosto, e não no dia 22 de setembro de 2022, como informado anteriormente. Nesse dia, ela foi mantida em 13,75%.

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