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Número de mortes, casos e internações cai, mas permanece crítico, afirma Fiocruz

RIO — Levantamento da Fiocruz divulgado nesta quarta-feira aponta queda no número de casos, mortes e ocupação de leitos pela Covid-19, mas mostra que os valores permanecem em patamares críticos.

O estudo mostra que a taxa de letalidade mais que dobrou, de 2% no final de 2020 para 4,4% na última semana epidemiológica, de 18 a 24 de abril. De acordo com os pesquisadores do Observatório Covid-19, este aumento pode ser consequência da "falta de capacidade de se diagnosticar correta e oportunamente os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais, que tem dificultado o acesso de pacientes aos cuidados necessários e também comprometido a qualidade do cuidado ofertado". 

O número de casos diminuiu a uma taxa de -1,5 % ao dia, enquanto o de óbitos por Covid-19 foi reduzido a uma taxa de -1,8 % ao dia. Segundo os pesquisadores que fizeram o levantamento, isso revela “uma tendência de ligeira queda, mas ainda não de contenção, da epidemia”. 

Em relação à taxa de ocupação de leitos, destaque para a redução nos estados de Rondônia (de 94% para 85%) e Acre (de 94% para 83%), embora permaneçam na zona de alerta crítico, a saída de Alagoas da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário (de 83% para 76%) e a saída da Paraíba da zona de alerta (de 63% para 53%).  No Sudeste, o indicador caiu mais um pouco em Minas Gerais (de 89% para 85%), Espírito do Santo (de 91% para 88%) e São Paulo de 83% para 80%, com a capital de São Paulo deixando a zona de alerta crítico e entrando na zona de alerta intermediário (de 84% para 79%). Também merecem destaque a tendência persistente de queda do indicador no Rio Grande do Sul (de 83% para 81%) e sua capital (de 87% para 82%).

Dez estados e o Distrito Federal encontram-se com taxas de ocupação superiores a 90%: Tocantins (91%), Piauí (93%), Ceará (97%), Rio Grande do Norte (91%), Pernambuco (96%), Sergipe (97%), Paraná (94%), Santa Catarina (95%), Mato Grosso do Sul (96%), Mato Grosso (91%) e Distrito Federal (97%).

Outros dez estados apresentam taxas de ocupação de leitos entre 80% e 89%: Rondônia (85%), Acre (83%), Pará (80%), Leitos de UTI para Covid-19 Bahia (82%), Minas Gerais (85%), Espírito Santo (88%), Rio de Janeiro (88%), São Paulo (80%), Rio Grande do Sul (81%) e Goiás (89%).

Quatro estados estão na zona de alerta intermediário (entre 60% e 80%): Amazonas (65%), Amapá (63%), Maranhão (74%) e Alagoas (76%). Por fim, dois estados estão fora da zona de alerta: Roraima (43%) e Paraíba (53%).

Na visão dos pesquisadores do Observatório, o quadro atual pode representar uma desaceleração da pandemia, com a formação de um novo patamar, como o ocorrido em meados de 2020, porém com números muito mais elevados de casos graves e óbitos, que revelam a intensa circulação do vírus no país. “Esse conjunto de indicadores, que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, mostram que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo nas próximas semanas”.  

Diante desse cenário, os pesquisadores alertam que a flexibilização sem um controle rigoroso das medidas de distanciamento físico e social pode retomar o ritmo de aceleração da transmissão, com a “produção” de novos casos, vários deles graves, e elevação das internações e taxas de ocupação de leitos. 

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