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Sindicatos e conselhos da Saúde questionam critérios para eleger os 34% dos profissionais que serão vacinados inicialmente

Rafael Galdo / O GLOBO

 

RIO — Enquanto iniciava a vacinação das equipes do Hospital municipal Ronaldo Gazolla, referência para tratamento da Covid-19 no Rio, sindicatos e conselhos questionavam nesta terça-feira os critérios para definir quem são os 34% dos profissionais da Saúde imunizados com a primeira leva da CoronaVac. Estado e prefeituras dizem que priorizarão os da linha de frente contra o coronavírus. Sem doses suficientes para todos, entidades preveem escolhas de Sofia na elaboração dessas listas.

 

— É difícil apontar quem é do front. Há unidades como o Ronaldo Gazolla que são referência. Mas temos pacientes espalhados por vários hospitais não dedicados à doença. Não há uma UPA ou clínica da família que não receba pessoas com sintomas respiratórios. Os profissionais desses lugares não estão na linha de frente? — pergunta Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio.

 

“Temos pacientes espalhados por vários hospitais não dedicados à doença. Não há uma UPA ou clínica da família que não receba pessoas com sintomas respiratórios. Os profissionais desses lugares não estão na linha de frente?”

ALEXANDRE TELLES
Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio

Presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren-RJ), Lilian Behring chega a afirmar que, se necessário, acionará o Ministério Público e recorrerá a medidas cautelares emergenciais para garantir a vacinação da maioria dos 276 mil profissionais da área no estado.

— Estamos entre os mais expostos. E somos quem vai aplicar as vacinas — justifica.

Em nota, outro conselho regional, o de Medicina (Cremerj) , com 67,5 mil inscritos, também afirma que “todos os médicos que exercem a profissão no Estado do Rio estão expostos à Covid-19 e deveriam ser prontamente vacinados”.

A previsão, porém, é que apenas 220.595 profissionais de Saúde sejam vacinados em todo o estado inicialmente. Na cidade do Rio, serão 102 mil. Outros 158 mil ficarão de fora, no aguardo dos imunizantes.

A Secretaria municipal de Saúde explica que, além dos que atuam diretamente com o enfrentamento à Covid-19, serão protegidos profissionais afastados do atendimento por fazerem parte grupo de risco. E, a partir de hoje, é previsto que sejam contemplados ainda os envolvidos na campanha de vacinação, que receberão as doses nas próprias clínicas da família, em centros municipais e policlínicas onde trabalham.

Na rede privada, no entanto, nem os da linha de frente sabem quando serão vacinados. Diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj), Graccho Alvim afirma que, até agora, os estabelecimentos não foram informados sobre a imunização de seus trabalhadores. E, pelo silêncio, ele acredita que devam ficar de fora:

— Não tem vacina para todos. Mas deveria haver uma divisão mais igualitária. Se conta com os leitos da rede privada, deveria contar também com a vacinação de seus profissionais.

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