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Eleição da Câmara: Arthur Lira e Baleia Rossi atraem governadores para campanha

Bruno Góes e Thiago Herdy / O GLOBO

 

BRASÍLIA E RIO - Em campanha acirrada pela presidência da Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AP) tentam mobilizar governadores para influenciar a decisão de deputados. Lira já esteve com 11 chefes de Executivos estaduais, enquanto o emedebista se reuniu com cinco. A expectativa é que ambos continuem a viajar pelo país até o fim do mês. Esse tipo de articulação é considerada importante porque muitos parlamentares são influenciados pela política local em sua atuação na Câmara.

 

Na sexta-feira, Baleia e o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estiveram em São Paulo com o governador João Doria (PSDB). Além de tentar conter a dissidência de parte dos tucanos, o objetivo é garantir o máximo de votos na bancada paulista. No plano nacional, Doria sofre resistência da ala do PSDB liderada por Aécio Neves (MG). A meta da campanha, para o estado, é que a mobilização do governador resulte na conquista de 55 dos 70 votos da bancada paulista. Segundo Maia, seu bloco tem apoio de 18 a 20 governadores.

Candidato do presidente Jair Bolsonaro, Lira também aposta suas fichas na interlocução com governadores e tenta usar sua viagens para forçar dissidências. Já conversou, inclusive, com oito cujos partidos integram o bloco de Baleia. Em Pernambuco, por exemplo, esteve com Paulo Câmara, do PSB, cuja bancada está rachada. Até o momento, não há assinaturas suficientes para que os socialistas formalizem a adesão anunciada ao emedebista.

Apelo de Doria

O deputado do PP já esteve também com Waldez Góes (PDT, Amapá), Helder Barbalho (MDB, Pará), Antônio Denarium (PSL, Roraima), Ronaldo Caiado (DEM, Goiás), Wellington Dias (PT, Piauí), João Azevedo (PSB, Paraíba) e Fátima Bezerra (PT, Rio Grande do Norte). Todos, teoricamente, são aliados de Baleia.

Ontem, Doria fez um apelo aos deputados federais para que não permitam que o Congresso se transforme em extensão do poder Executivo, cuja gestão ele considera “desastrosa”. Estiveram presentes parlamentares de partidos como PSDB, DEM, MDB, Cidadania, PSL e PV.

— Eu sei o que é a dor de uma ditadura militar. Sei o que representa o totalitarismo e o poder concentrado nas mãos de um homem. Imaginem de um homem destemperado, desequilibrado e despreparado como o atual presidente da República — atacou Doria.

Presente no encontro, Baleia disse que a candidatura do adversário é “submissa ao Palácio do Planalto” e flerta com grupos radicais que “até pouco tempo defendiam o fechamento do Congresso Nacional”.

Ontem, em Natal, de acordo com a imprensa local, após conversa com deputados, o prefeito Álvaro Dias (PSDB) defendeu a candidatura de Lira.

— Temos cinco deputados que o apoiam. E isso vai se transformar em ponto positivo em favor do Rio Grande do Norte — disse Álvaro Dias.

Mesmo filiada a partidos alinhados à candidatura de Baleia, parte dos governadores abriu as portas de gabinetes para dialogar com o deputado do PP. Nas conversas, Lira faz questão de dizer que a Câmara será independente sob sua gestão, e que os problemas de cada região serão tratados pelos parlamentares.

Na próxima semana, o deputado do PP terá encontro com o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC). No estado, aliados de Maia e Baleia não conseguiram ter boa receptividade à candidatura. A maior parte da bancada rejeita a liderança do presidente da Câmara.

Nos próximos dias, Baleia deve se encontrar com Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul.

A eleição na Câmara está marcada para o dia 2 de fevereiro e a votação é secreta. O bloco de Baleia reúne 11 partidos e soma 278 deputados. Já o de Lira tem nove partidos , que somam 195 integrantes.

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