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A velocidade da recuperação da indústria

O Estado de S.Paulo

09 de janeiro de 2021 | 03h00

A recuperação da indústria nacional nos últimos meses tem sido rápida e persistente. Em novembro, a produção cresceu 1,2% na comparação com o mês anterior, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois da queda de 27,1% em março e abril, quando o isolamento social fez a indústria chegar ao ponto mais baixo do ano, a produção cresceu nos sete meses seguintes e acumulou alta de 40,7%.

Trata-se de uma recuperação espetacular, embora sobre uma base comprimida pela paralisia parcial ou total, ainda que temporária, de muitas unidades de produção por causa da pandemia. Mas é mais do que suficiente para compensar as perdas dos meses iniciais da pandemia. Assim, em novembro, a produção industrial estava 2,6% acima da de fevereiro.

A expansão observada até agora, no entanto, ainda não basta para que a indústria volte aos níveis de 2019. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2020, o resultado é 5,5% menor do que o do ano anterior. No acumulado de 12 meses até novembro, a queda é de 5,2%. O resultado de novembro deixa a produção 13,9% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.

Os dados mostram que o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias continua sendo o de maior influência no desempenho da indústria. Em novembro, o setor cresceu 11,1% sobre outubro.

Estatísticas da associação das montadoras, a Anfavea, baseadas em registros de produção e vendas das empresas filiadas e com periodicidade não coincidente com a do IBGE, mostram números menos brilhantes.

Em outubro, segundo a Anfavea, a produção de veículos foi 7,4% maior do que a de setembro; em novembro, o aumento foi de 0,7%; e, em dezembro, houve redução de 12,1%. O resultado acumulado de 2020 foi uma queda de 31,6% na produção de veículos automotores (de 2,01 milhões de unidades). Mas há otimismo no setor, que espera crescimento de 15% das vendas em 2021.

Para a indústria em geral, como observou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, as medidas emergenciais do governo impulsionaram a expansão. No início de 2021 será necessário observar o efeito sobre a demanda doméstica do fim do pagamento do auxílio emergencial e da existência de 14 milhões de trabalhadores desocupados.

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