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FDA autoriza uso emergencial de vacina da Pfizer contra covid-19 nos EUA

Por Lucas AgrelaMariana MartucciVictor Sena / EXAME

 

Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa americana, autorizou na noite desta sexta-feira (11) o uso emergencial da primeira vacina contra o coronavírus dos Estados Unidos, produzida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. A autorização, considerada histórica, acontece 336 dias após os primeiros rumores sobre as infecções por coronavírus terem sido compartilhados online por cientistas chineses

A aprovação aconteceu após o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, ter afirmado nesta sexta-feira ao comissário da FDA, Stephen Hahn, que apresentasse sua renúncia se a agência não aprovasse a primeira vacina contra o coronavírus do país, da Pfizer, até o final desta sexta-feira.

A ameaça ocorre após meses de esforços de cientistas da FDA para tentar barrar a intromissão do presidente americano Donald Trump sobre a vacina e manter o processo de revisão “apolítico” e transparente na esperança de aumentar a confiança do público.

Os EUA registraram nesta quarta-feira (9) o recorde de mortes diárias desde o início da pandemia: 3.011. Na semana passada, o país já havia chegado a 2.885 mortes em um único dia, a maior quantidade desde 15 de abril, quando foram registradas 2.752 mortes. Com isso, a covid-19 já tirou a vida de mais de 288 mil americanos e contaminou outros 15,3 milhões. A vacina já foi aprovada por outros quatro países: Bahrein, Canadá, México e Reino Unido.

Na semana passada, oReino Unido, país mais afetado pela doença na Europa, já havia aprovado o uso emergencial da vacina da Pfizer. No total, o Reino Unido pediu cerca de 40 milhões de doses do imunizante de duas doses. A vacina já é aplicada na população britânica desde a última terça-feira. 

A aprovação pelo Reino Unido fez com que o governo brasileiro decidisse começar a negociar com a farmacêutica para adiquirir doses da vacina. No entanto, a demora em buscar a parceria deve fazer com que o país fique no “final da fila”. Desde o início da pandemia, o Governo Federal tem apostado na vacina desenvolvilda pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca.

Independentemente das intenções do Governo Federal, o estado de São Paulo já começou a produzir no Instituto Butantan a vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac. O governador do estado, João Doria, prometeu que o início da vacinação deve acontecer em 25 de janeiro. No entanto, a Fase 3 de testes da vacina ainda não terminou e a aprovação da Anvisa é necessária.

A vacina da Pfizer, com base no RNA mensageiro, é administrada em duas doses para chegar a uma eficácia maior — e as doses precisam ser administradas com uma distância de 21 dias entre elas.

A companhia também afirma que a vacina é capaz de produzir mais anticorpos neutralizantes da covid-19 uma semana após a segunda dose ser administrada.

A imunização pode ter até 1,3 bilhão de doses globais produzidas no ano que vem — e 100 milhões até o final deste ano.

A eficácia da vacina da Pfizer com a BioNTech na prevenção da covid-19 é de 95%, segundo resultados de testes da fase 3 na revista científica New England Journal of Medicine, uma das mais respeitadas na comunidade científica global. De acordo com uma pesquisa publicada no jornal científico American Journal of Preventive Medicine, vacinas precisam ter 80% de eficácia para que seja possível acabar com a pandemia do novo coronavírus. Para evitar que outras pandemias semelhantes aconteçam, a prevenção precisa ser 70% eficaz. Ou seja, a vacina hoje aprovada em cinco países tem potencial para por um fim à pandemia, assim como a vacina de Oxford com a AstraZeneca, a russa Sputnik-V e a vacina da Sinovac. 

Apesar da aprovação da vacina nos EUA, o centro de controle e prevenção de doenças infecciosas do país ainda deve dar seu aval para que a vacinação da população comece. 

Vale notar que a vacina tem desafios logísticos: ela precisa ser mantida a -70 graus durante o transporte para que não perca sua eficácia. 

Técnica inovadora

A vacina da Pfizer com a BioNTech utiliza uma tecnologia chamada RNA mensageiro. A tecnologia tem como objetivo viabilizar a produção das proteínas necessárias para que o corpo humano seja capaz de lutar contra a infecção do novo coronavírus. As células injetadas produzem as proteínas necessárias, de acordo com as instruções genéticas contidas em seu núcleo. A técnica permite o desenvolvimento de imunizantes mais rapidamente, uma vez que não há necessidade de cultivar um patógeno em laboratório, como acontece, por exemplo, com a vacina da gripe comum.

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