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'Paulista' cotado por Bolsonaro para o MEC é pastor e tem doutorado em Educação

Renata Mariz e Naira Trindade / o globo

 

Milton Ribeiro

 

 

BRASÍLIA — Pastor na Igreja Presbiteriana, ligado à Universidade Mackenzie e com doutorado em Educação registrado no currículo, Milton Ribeiro é um dos nomes cotados para ocupar a cadeira de ministro da Educação. O evangélico é o paulista mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro, em entrevista nesta terça-feira, como um forte candidato ao comando do Ministério da Educação (MEC). A previsão no Palácio do Planalto é de que o presidente anuncie o nome do escolhido nesta quarta-feira. 

Mais cedo, Bolsonaro não revelou o nome sob sua avaliação para o cargo, mas disse se tratar de uma pessoa de São Paulo. O GLOBO confirmou que se trata de Ribeiro. Ele  é pastor na Igreja Presbiteriana de Santos. Sua indicação é atribuída ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, auxiliar de confiança de Bolsonaro. O presidente afirmou que gostaria de escolher o próximo ministro da Educação ainda nesta terça-feira, mas não deu previsão sobre quando baterá o martelo.

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Milton Ribeiro foi nomeado por Bolsonaro, em maio de 2019, para a Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República. Foi a primeira indicação feita pelo atual presidente para o colegiado, cuja função é investigar ministros e servidores do governo. O mandato dele na Comissão de Ética termina em 2022. Mas, para assumir, Milton Ribeiro está disposto a abdicar do cargo no colegiado. 

Segundo o currículo acadêmico na plataforma Lattes, atualizado em abril deste ano, Milton Ribeiro é graduado em Teologia e Direito, fez mestrado em Direito e doutorado em Educação — essa última formação pela Universidade de São Paulo, em 2006. É também membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da qual foi vice-reitor e reitor em exercício. 

Atualmente, ainda segundo o currículo, é relator da Comissão de Assuntos Educacionais do Mackenzie e diretor administrativo da Luz para o Caminho, instituição que produz mídias ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil. Aponta ainda que, "como irmão mantenedor", é membro da Administração Geral da Santa Casa de Santos. 

Outros nomes estão sob avaliação do presidente, como o do líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO). Aristides Cimadon, reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), também passou a ser avaliado para o cargo. 

Parte da ala militar do governo defende o nome do ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Marcus Viniciu Rodrigues. Antes cotado como forte candidato, Anderson Correia, reitor do ITA e ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aparece agora como uma alternativa menos viável. 

O educador Antônio Freitas, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), já apareceu como uma das opções internamente no governo. Sérgio Sant'Ana, ex-assessor do próprio Weintraub, e Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica do MEC, são outras sugestões recebidas no Planalto. 

Será o quarto ministro do MEC em um ano e meio de governo Bolsonaro. Após Ricardo Vélez Rodríguez e Abraham Weintraub, o economista Carlos Decotelli teve uma passagem relâmpago à frente da pasta. Ele ficou menos de uma semana no comando do ministério e pediu demissão após repercussão negativa sobre o fato de o seu currículo conter informações falsas e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado.

Com a indecisão em relação à sucessão na pasta, o MEC se soma ao ministério da Saúde na falta de um titular no comando. Em meio à maior pandemia do século, a Saúde está sob o comando do general Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta interinamente após a saída de Nelson Teich e acabou continuando no cargo. As pastas estão entre os três maiores orçamentos da Esplanada, perdendo apenas para o Ministério da Economia.

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