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Mortes em casa aumentaram muito em quatro das capitais mais atingidas pela Covid-19

As mortes em casa durante a pandemia aumentaram muito em quatro das capitais mais atingidas pela doença.

O estudo da Fundação Oswaldo Cruz revela a dimensão de uma tragédia. O número de mortes no município do Rio aumentou 64% nos meses de abril e maio de 2020 em relação à média desses dois meses nos três anos anteriores. A maior parte provocada pela Covid-19.

Mas há um outro dado ainda mais triste. Desse total de mortes, 40% aconteceram fora dos hospitais, em locais onde as pessoas não tiveram tratamento que seria necessário, como postos de saúde e asilos. E o pior: em casa, sem qualquer tipo de assistência.

As mortes em casa provocadas por doenças infecciosas, como a Covid-19, chamaram muito a atenção dos especialistas. Elas aumentaram quase seis vezes. Depois vêm os tumores, o câncer: os casos mais que dobraram. O mesmo aconteceu com doenças metabólicas, como o diabetes.

Um dos responsáveis pela pesquisa explica que a pandemia agravou a situação de um sistema público de saúde que já era crítica. “No caso principalmente das doenças crônicas, uma questão bastante importante é que talvez o trabalho preventivo, de cuidado, principalmente das equipes de saúde da família, foi descontinuado. Então, essas pessoas não tiveram essa assistência no momento caótico de pandemia. E mesmo que muitas buscassem o atendimento, principalmente nas unidades de pronto atendimento, elas não conseguiam dar entrada no sistema de alta complexidade, de UTI”, explica o epidemiologista da Fiocruz Diego Xavier.

Entre os meses de março e julho, as mortes de pessoas em casa também aumentaram em outras cidades muito afetadas pela Covid, como São Paulo, Fortaleza e Manaus.

A técnica de enfermagem Dinéia, de 61 anos, de Nova Iguaçu, no Rio, até conseguiu atendimento médico. Mas, mesmo agitada, com febre alta e falta de ar, não conseguiu uma internação. E ela morreu em casa, segundo o laudo do Samu, de pneumonia.

No momento em que o coronavírus avança pelo interior do país, a Fundação Oswaldo Cruz faz uma recomendação às autoridades de saúde.

“A gente precisa de estratégias e planos, que não foram apresentados até agora, para estar acompanhando essa população que tem essas comorbidades associadas e que estão em casa, às vezes, sem auxílio do sistema de saúde. Do contrário, essas pessoas não vão estar procurando o sistema de saúde. Infelizmente, a gente vai ter esse mesmo padrão observado nos outros municípios, também nos municípios onde a doença chega com força agora”, destaca Diego Xavier.

O subsecretário-executivo da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, Jorge Darze, disse que o município não descuidou da atenção básica à saúde e que, um pouco antes da pandemia, a cidade ganhou 13 novas clínicas da família. g1

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