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Ex-presidente Dilma defende enfrentamento com militares

Um diálogo ocorrido na última quinta-feira, 14, entre a ex-presidente Dilma Rousseff e um dos vice-presidentes do PT mostra os desafios que a legenda terá de superar para se afirmar viável eleitoral e politicamente para este ano e, principalmente, para 2022. A direção do partido discutia estratégias diante dos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro e buscava propor saídas para as crises econômica e sanitária que se agigantam com a pandemia.

Dilma decidiu citar um artigo do ex-ministro José Dirceu. O texto trata da politização das Forças Armadas no governo Bolsonaro, citando as nomeações de generais da ativa e da defesa que fazem do governo. Condenado por corrupção nos processos do mensalão e da Lava Jato, Dirceu escreveu que as Forças Armadas são uma instituição de Estado e não podem ser usadas como instituição de governo ou política. O ex-presidiário alerta para a possibilidade de um golpe.

A ex-presidente, que, assim como Dirceu, militou em grupos de extrema esquerda durante a ditadura, citou o artigo do companheiro petista para sustentar que o golpe é uma possibilidade real e precisa ser a pauta número 1 do PT nesse momento. Dilma pediu que o partido parta para o enfrentamento.

“O militarismo está de volta e a politização das Forças Armadas será inevitável, se não reagirmos e não dermos um basta a toda e qualquer ação militar fora dos marcos da Constituição”, discursou a ex-presidente, citando o texto de Dirceu. E concluiu, lendo o petista: “Frente à crescente reprovação de seu governo pela maioria do país e ao aumento do apoio popular a seu impeachment, Jair Bolsonaro não deixa dúvidas de que pretende dar um autogolpe de Estado. De novo vemos a ilusão política que não haverá golpe de Estado.”

A proposta de guerra de Dilma, porém, não empolgou seus interlocutores. Para a sua irritação, ainda ouviu de um dos vice-presidentes da legenda, Washington Quaquá, uma ironia: “E o que vamos fazer? Despertar o exército de terracota? Temos um exército chinês escondido em algum lugar?” A compreensão da cúpula do PT é que radicalizar o discurso agora não tem sentido prático nem é capaz de mobilizar a militância em tempos de pandemia, especialmente contra os militares. VEJA

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