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Trump e empresa produtora de máscaras entram em conflito por exportação para América Latina

A 3M, empresa que produz, entre outras coisas, máscaras, respondeu nesta sexta-feira (3) a críticas do presidente Donald Trump, que disse que o item está em falta.

A 3M disse o que o governo de Trump pediu para que ela parasse de exporter para o Canadá e para a América Latina, algo que a empresa diz que teria implicações humanitárias significativas e que iria fazer com que outros países retaliassem os EUA.

A companhia afirmou que está produzindo o maior número possível nas últimas semanas e meses.

Esse tipo de conflito entre o presidente e uma indústria americana começou depois que Trump determinou ao Departamento de Segurança Interna e a Agência de Gerenciamento de Emergências Federais usar a autoridade que têm para comprar o número “apropriado” de máscaras N95 da 3M. Há uma lei da década de 1950 que permite que elas façam isso.

As máscaras N95 são as que mais protegem contra infecções do coronavírus. Autoridades dos EUA têm dito que elas estão em falta.

O presidente publicou uma mensagem em uma rede social sobre o tema. “Nós atingimos a 3M com força hoje depois de vermos o que eles estão fazendo com as máscaras deles. [É uma] grande surpresa a muitos no governo o que eles estão fazendo –terão que pagar um preço alto”, ele escreveu.

Em sua entrevista diária, Trump voltou a falar sobre o tema, e disse que eles "não estão contentes com a 3M".

No mês passado, o vice-presidente Mike Pence visitou uma fábrica da 3M no estado de Minnesota. Ele ouviu que as máscaras N95 eram para uso comercial, mas que poderiam ser empregadas no combate ao novo coronavírus também.

Nesta semana, a Casa Branca descobriu que nem todas aquelas máscaras iriam para o mercado dos EUA.

Jared Kushner, o genro do presidente Trump, tem feito os contatos com a empresa para saber qual foi o destino das máscaras e por que elas não estão disponíveis.

A situação fez com que Trump alegasse que iria empregar a lei do Ato de Produção de Defesa, de acordo com uma autoridade que falou à Associated Press.

A empresa disse que tem trabalhado com a gestão Trump desde o último fim de semana e que enviou máscaras que produz em outros países para os EUA, inclusive 10 milhões de modelos N95 produzidas na China.

A 3M também citou preocupações por ter recebido um pedido do governo para que pare de exportar máscaras para a América Latina e para o Canadá, onde a empresa é uma fornecedora essencial.

“Interromper todas as exportações de máscaras iria provavelmente fazer com que os países retaliassem e fazer o mesmo, alguns deles já fizeram isso. Se isso acontecer, o número final de máscaras disponíveis nos EUA iria, na verdade, diminuir”, disse a empresa.

“É o oposto do que nós e o governo, ambos em nome do povo dos EUA, buscamos”, afirmaram. A Casa Branca não comentou.

Reação do ministro brasileiro

O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre o tema nesta sexta-feira (3), apesar de não ter citado nominalmente os EUA.

"Estamos vendo retenção sobre produções globais de máscaras. Quase que uma coisa assim: 'isso era global, agora é só pra atender o meu país'. Nós estamos dialogando com os países no sentido de ter um mínimo de racionalidade nesse momento, pra podermos achar um ponto de equilíbrio", disse Mandetta.

O ministro afirmou que a China atendeu o mercado interno durante fevereiro e março. Isso gerou um problema em todo mundo, já que os chineses são responsáveis por mais de 90% da produção mundial desses equipamentos e insumos de proteção.

"O momento continua difícil em termos de abastecimento de sopradores. Nós não confirmamos hoje o que vai entrar de respiradores e material", comentou Mandetta, ao citar que a Bahia esperava a chegada de 680 sopradores, o que não ocorreu.

Resposta do Canadá

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que equipamentos médicos essenciais devem ser comprados e vendidos pela fronteira, e que proibir a venda das máscaras da 3M seria um erro.

“Eu penso nos milhares de enfermeiros que atravessam do Canadá para Detroit para trabalhar no sistema médico todos os dias, esse é o tipo de coisa com da qual os americanos dependem”. PORTAL G1

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