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Ibope: Desaprovação da gestão Bolsonaro é de 48% na cidade de SP

Daniel Bramatti, O Estado de S.Paulo

23 de março de 2020 | 05h00

A administração do presidente Jair Bolsonaro é considerada ruim ou péssima por 48% dos moradores da capital paulista, segundo sondagem do Ibope resultante de parceria entre o instituto de pesquisas, o Estado e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Os que consideram a gestão ótima ou boa são 25%, e os que optam pelo conceito regular são 26%.

Ibope: Desaprovação da gestão Bolsonaro é de 48% na cidade de SP
O presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvovara Foto: Evaristo Sá/AFP

Ibope também mediu os níveis de satisfação e insatisfação dos paulistanos em relação às administrações do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB. No caso de Doria, as opiniões negativas chegam a 44%. Já o trabalho do prefeito é visto como regular pela maior parcela dos habitantes da cidade (45%) A desaprovação ao presidente não apenas é alta, mas também extremada: 40% dos paulistanos consideram a gestão péssima, e apenas 8% a veem como ruim. Ou seja, no universo dos eleitores insatisfeitos, oito em cada dez dão ao governo a pior avaliação possível. 

O resultado da pesquisa foi colhido em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, e já mede a reação dos paulistanos às primeiras medidas do presidente e de seus auxiliares no enfrentamento do problema.

O fato de a desaprovação ao governo estar alta em São Paulo deve ser preocupante para o presidente porque a cidade concentra parte significativa de seus eleitores, e porque o desgaste pode ser um indicador do que acontece em outros redutos. No primeiro turno da disputa presidencial de 2018Bolsonaro teve 2,8 milhões de votos na capital paulista, quase 1,5 milhão a mais do que o segundo colocado, Fernando Haddad (PT). Em porcentuais, o resultado foi 45% a 20%. No segundo turno, Bolsonaro venceu com o voto de seis em cada dez paulistanos.

Ibope não fez outras pesquisas recentemente sobre a avaliação do governo federal entre a população de São Paulo. Por isso não é possível saber exatamente o quanto o desgaste aumentou nos últimos meses. 

Desaprovação mais concentrada entre as mulheres, os jovens e os mais pobres

A desaprovação à administração federal é mais concentrada entre as mulheres, os jovens e os mais pobres. A divisão do eleitorado por gênero revela uma grande disparidade na percepção sobre o desempenho do governo. Enquanto 47% do eleitorado feminino vê o governo como péssimo, a taxa é de apenas 31% entre os homens. Somadas as avaliações “péssima” e “ruim”, o resultado chega a 56% entre mulheres e 38% entre os homens – diferença de 18 pontos porcentuais.

Na segmentação por idade, a gestão é considerada péssima ou ruim por 55% dos eleitores de 16 a 24 anos, e por 39% dos que têm 55 anos ou mais. Em nenhuma faixa de idade a avaliação positiva supera a negativa.

Na base da pirâmide de renda, a maioria absoluta avalia o governo negativamente. Entre os eleitores que têm renda familiar de até um salário mínimo, 56% consideram a gestão péssima ou ruim, e apenas 15% a veem como boa ou ótima.

Até no eleitorado de renda mais alta, um reduto bolsonarista, a avaliação negativa supera a positiva – embora a distância entre as taxas seja menor. Dos que ganham mais de cinco salários mínimos, universo em que se encontram dois em cada dez moradores da cidade –, 32% consideram o governo bom ou ótimo, e 39% o veem como ruim ou péssimo. 

Joao Doria
O governador de SP, João Doria Foto: Felipe Rau / Estadão

A desaprovação ao governador João Doria está em nível similar à de Bolsonaro na capital (44%, em empate técnico com os 48% do governo federal). A diferença é que, no caso do governador, as opiniões não estão tão concentradas no quesito “péssimo” (29%), embora essa avaliação ainda fique à frente da opção “ruim” (17%).

A avaliação negativa de Doria é maior entre os mais escolarizados, abrangendo quase metade do contingente com curso superior. Não há diferenças significativas de opinião nos distintos segmentos de gênero, idade e renda.

Já a gestão do prefeito Bruno Covas é considerada boa ou ótima por 20%, regular por 45% e ruim ou péssima por 32%. Não há variações significativas conforme a segmentação do eleitorado. 

Ibope ouviu 1.001 eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 17 e 19 de março. O nível de confiança utilizado é de 95% – ou seja, há 95% de chances de os resultados ficarem dentro da margem de erro, que é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi contratado pela Associação Comercial de São Paulo.

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