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El Niño e seca provocam prejuízos e mudam vida de 50 mil pessoas no AM

EL NINO NO AM

A seca atípica no Amazonas por conta do fenômeno El Niño segue castigando e mudando a rotina de milhares de famílias no interior do estado. Quatro cidades da calha do Rio Negro já decretaram estado de emergência. A Defesa Civil informou que 200 toneladas de ajuda humanitária estão sendo distribuídas às cidades nesta semana. A previsão é que o nível do rio volte a subir no mês de abril.

VEJA FOTOS DA SECA NA REGIÃO DE BARCELOS

Agricultora Maria do Rosário Rodrigues disse ter perdido plantação pela falta de chuvas (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Agricultora Maria do Rosário Rodrigues disse ter
perdido plantação pela falta de chuvas
(Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

A agricultora Maria do Rosário Rodrigues, 49, mora na Comunidade Piloto, no município deBarcelos, a 399 km de Manaus. Ela conta que a economia da comunidade é baseada no plantio de hortaliças e raízes colhidos no local e vendidos em Barcelos. No entanto, as poucas chuvas registradas no primeiro bimestre do ano dificultaram o cultivo dos produtos e reduziu ainda mais os ganhos dos moradores.

"O sol secou o solo todo e as mudas não vingaram. Antes a gente levava farinha, tapioca, verdura e alguns legumes duas, até três vezes pra vender, agora a gente tem que economizar muito, principalmente nas casas que têm muita gente", relata Maria do Rosário.

Maria Auxiliadora depende de plantio para sustentar a família (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Maria Auxiliadora depende de plantio para sustentar
a família (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

Com cinco crianças com idades entre um e 11 anos para sustentar, a agricultora Maria Auxiliadora Silva, 36, lamenta a perda dos produtos na roça.

"Todo ano a gente perde no tempo da cheia, na seca a gente faz o roçado em outro lugar, mas dessa vez não deu pra salvar. Até os peixes não estão vindo mais pra que esses lados. É muito difícil. Meu marido vai se virando, procurando trabalho pra manter a casa e nós vamos levando", conta a agricultora.

De acordo com o líder comunitário Genildo Canauá , 58 famílias moram na Comunidade Piloto. Juntas elas somam 245 pessoas.

Cestas de alimentos estão sendo encaminhadas para cidade afetadas (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Cestas de alimentos estão sendo encaminhadas para cidade afetadas (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

Cidades em emergência
De acordo com a Defesa Civil do Estado, cerca de 10 mil famílias das cidades de Barcelos, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro foram afetadas pela estiagem do Rio Negro. O levantamento aponta quase 50 mil pessoas afetadas nos quatro municípios.

Segundo o secretário executivo da Defesa Civil, Fernando Pires Júnior, 200 toneladas de ajuda humanitária estão sendo levadas aos municípios. Presidente Figueiredo foi a primeira cidade a receber os kits. As comunidades de Barcelos começaram a receber os kits nesta segunda-feira (7), em seguida são as comunidades de Santa Isabel do Rio Negro, e por último as de São Gabriel da Cachoeira. A meta é que todos os kits sejam entregues até sábado (12).

"Esse é um desastre em evolução, trabalhamos com a hipótese de aumentar a estiagem nesse mês. Os especialistas apontam que o rio deve começar a subir em abril, estamos preparados para passar bem por essa situação e criar uma cultura de resiliência", declarou o secretário executivo.

Além da ajuda humanitária, serão distribuídos 15 mil kits dormitórios, contendo redes, colchões e mosqueteiros, 10 mil frascos de hipoclorito, 100 caixas d'agua, 150 unidades de moto bombas com mangueiras e cinco mil kits de higiene e água potável.

Ainda segundo o secretário, Presidente Figueiredo decretou emergência  no dia 3 de fevereiro, São Gabriel da Cachoeira no dia 5 de fevereiro e no dia 15 do mesmo mês passado,  Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro.

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